“E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos. Não vos assemelheis pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe de que tendes necessidade, antes que lho peçais. Portanto, vós orareis assim: Nosso Pai no céu, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino, faça-se a tua vontade, na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal, pois teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém” – Mateus 6.7-13.
Em segundo lugar, uma vez tendo Sua Palavra colocada em curso na nossa doutrina e vida justa por fé, pela ação do Espírito Santo, bem como ter sido feito seguro e certo de que o crer, ensinar, confessar, pregar e render culto são corretos – fundamentados e amparados na Palavra de Deus, roga-se, no Pai-Nosso, que também o Reino de Deus – que é o reino da fé verdadeira – esteja em nós e permaneça até o nosso fim bem-aventurado e ressurreição para a vida eterna. Isto é: que Ele reine, em e entre nós, nesta fé, teologia, culto, piedade, protegendo-nos e guardando-nos, em comunidade nascida da Palavra, de todo o poder do diabo e do seu reino, no sentido de que todos os seus impérios, ataques, retaliações que se lhe opõem acabem fracassando, para que o Reino de Deus persista. E, em terceiro lugar, que não se faça a nossa vontade pecaminosa nem de pessoa alguma, e, sim, a Sua, e que Sua vontade e conselho perfeitos prevaleçam, em Igreja e Sociedade, contra todas as investidas e propósitos do mundo hostil a Cristo e Seu Evangelho, e daquela gente que busca, ao modo da carne e do sangue, o contrário a essa vontade e deliberação divina, ainda que o mundo inteiro compactue e arregimente forças para se Lhe opor mediante fé, ensino e confissão auto inventada. Estes são os três pontos principais do Pai-Nosso.
Nas outras quatro petições, nós, ao orar, chegamos às necessidades referentes ao nosso cotidiano, nossa vida mísera, fraca e transitória por causa da condição de pecado. Por isso nós pedimos a Deus Pai, em primeiro lugar, que nos dê nosso pão de cada dia. Ou seja, tudo que precisamos para o sustento desta vida: alimento, saúde, condições climáticas propícias, casa e lar, esposa, filhos/as, bom governo, paz, proteção contra toda sorte de pragas, doença, pestes, pandemias, carestia, guerra, tumultos, toda e qualquer forma de abuso de autoridade e poder, etc. Depois, nós pedimos que também perdoe a nossa grande culpa e o castigo que merecemos e não leve em conta o vergonhoso abuso e ingratidão em relação a Jesus Cristo, Seu Evangelho, Seus benefícios, Sua graça que Ele nos concede e preserva abundantemente todos os dias, no sentido de que nos arrependamos e creiamos nEle. E, que, por causa dos nossos pecados, iniquidades e transgressões, em relação às quais nos arrependemos, de coração, não no-los negue, retenha ou tire e nem nos puna com a merecida inclemência, mas que nos perdoe misericordiosamente, mesmo que nós, que nos chamamos e nos nominamos cristãos/ãs e filhos/as de Deus, não cremos e confessamos, nem vivemos e doutrinamos como é o nosso dever, por amor e em honra e glória de Jesus Cristo. Em terceiro lugar, visto que vivemos no mundo em meio a toda espécie de tribulação e aborrecimentos, sendo assediados ao mal de todos os lados a fim de nos atrapalharem em nosso caminho. Visto que somos atacados não, apenas, exteriormente, por parte do mundo e do diabo, mas também, interiormente, por nossa própria carne, de modo que não podemos viver como deveríamos nem conseguimos subsistir por um dia sequer face a tantos perigos e tribulações, pedimos, de boa vontade, que Ele nos preserve desse perigo e aflição para não sermos vencido e derrubados também. Somente a Deus a glória. Amém. [Segue].
