ORAREIS ASSIM…

“E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos. Não vos assemelheis pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe de que tendes necessidade, antes que lho peçais. Portanto, vós orareis assim: Nosso Pai no céu, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino, faça-se a tua vontade, na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal, pois teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém” – Mateus 6.7-13.

Nos versículos anteriores, cinco e seis, Jesus recriminou a falsa intenção dos fariseus na oração: o de buscarem seu proveito e prestígio junto às pessoas, inclusive, no ato que está voltado exclusivamente para Deus, destinado a invocá-Lo e pedir-Lhe ajuda em nossa aflição e tribulação que advém do diabo, do mundo, da carne pecaminosa. Aqui, Ele critica também a deturpação da oração: o de acharem que orar fosse pronunciar uma torrente de palavras, mas sem amparo na Palavra e Vontade de Deus, pela fé. A isso Ele chama de prática pagã, gentílica, tagarelice inútil e sem nexo, de quem acredita não ser atendido se não o fizer. Pois Jesus viu muito bem que assim haveria de acontecer e que este abuso persistiria na cristandade como então já existia entre os fariseus: o de se fazer da oração uma mera obra a ser avaliada pela extensão e duração, como se assim estivesse muito bem executada, de modo que, ao invés de uma oração autêntica, ela virasse mero palavrório e verborreia que jamais atinge o coração.

Na cristandade ao longo dos anos se constata a presença e manifestação farisaica na oração e prática religiosa auto nominada cristã, de gente cujas consciências são engessadas e enlatadas em virtude da fé, teologia, culto, piedade auto justificada. Mas também se observa oração que não é oração em conventos, mosteiros, monastérios e em todo pastorcentrismo e clericalismo auto ajuizado cristão, cuja pregação, ensino e confissão não têm amparo na Palavra de Deus. Oração farisaica e gentílica se verifica na piedade e estado auto inovado que passa determinado número de horas do dia e da noite se fatigando com leitura e canto e meditação, e quanto mais o pudessem fazer, tanto mais santo e maior o culto a Deus, creem, ensinam, confessam. A prática vã na oração também se observa na gente que ora fazendo da prática uma boa obra em busca de auto santificação. Pior, senão elas mesmas, então outras chamam e nominam tal prática, auto inventada, de oração, vida piedosa. Mas a verdade é que os acréscimos do ser humano na oração, quer presentes, quer anteriores ou posteriores, não é oração agradável a Deus e nem sequer sincero orar que parte da fé, a que é dom de Deus, gerada pelo Espírito Santo, onde, quando e como agrada a Deus Pai, mediante a Palavra. Toda gente cristã e cristandade por sua própria inventiva viviam e vivem na ilusão pagã de que era / é preciso cansar a si próprio e a Deus aos gritos e murmúrios e correntes de oração, como se, caso contrário, Ele não pudesse ou não quisesse ouvir a oração. Com isso, o que é a mais pura verdade: os fariseus e toda gente auto feita crente, tida como cristã, só perderam tempo inutilmente e se exaurem em orações feito gente sem capacidade de memória e de reflexão.

Por fim, os fariseus e a gente pagã que se auto ajuíza cristã crê, ensina, prega e confessa, sem amparo na Palavra, que não há trabalho mais pesado do que orar. Isso, naturalmente, é verdade quando se auto transforma a oração em obra piedosa e meritória ou trabalho ‘piedoso’, impondo ao corpo a leitura ou o canto horas a fio, como se Deus nos tivesse ordenado e dado a oração para fazer dela uma prática que nada vale diante de Deus, pois não acontece por fé. Tudo o que foi e é auto introduzido e auto inovado na oração é o que é.

 

 

 

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Pastor Airton Hermann Loeve

Pastor Airton Hermann Loeve – Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil (IECLB) – Lapa/PR.
Entre em contato com Pastor Airton Hermann Loeve: pastor.air.ton@hotmail.com