Neste último e estranho ano das nossas vidas passamos a conviver intimamente com um inimigo invisível e mortal. O vírus da Covid19 veio com força para toda a humanidade e está deixando suas marcas e suas desgraças.
Mais do que falar da situação de isolamento que vivemos parcialmente desde o início do período o Covid serviu para notarmos a importância das pessoas do nosso entorno.
Esta semana dois amigos ilustres deixaram o nosso convívio e estes fatos me botaram para pensar. Um foi acometido pelo Covid e outro por problemas coronários, mas o momento pega todos de surpresa. Somos muito adaptáveis a qualquer situação, seja ela boa ou ruim, mas o preço a pagar pela adaptação fica sendo a saudade de quem não conseguiu seguir junto.
A perda de pessoas próximas é real para praticamente todo mundo, mas mesmo que não tenham sofrido perdas, o clima mórbido circula acima de nossas cabeças, tal qual aquelas nuvens negras de desenho animado.
Quando vemos a morte chegar próxima à gente, nos assustamos, mesmo sabendo que ela é a única certeza da nossa vida.
Mesmo com esse quadro mórbido e pessimista, devemos aprender com o exemplo dos amigos que já partiram. Dr. Arno e Professor José Luiz de Castro contribuíram em muito para o desenvolvimento da comunidade e, com certeza, cumpriram a sua missão nesta Terra.
Nós que ficamos sentiremos saudades, mas aprendemos um pouco com o entusiasmo, a irrequietude e a vontade de mudar que estes dois amigos traziam em seu coração.
O vazio que fica com a súbita passagem destes líderes não será fácil de ser preenchido. Os dois, cada um à sua maneira, conquistaram amizades, realizaram projetos, apoiaram sonhos e incentivaram outros. Todos ganhamos na convivência com eles e devemos aprender a passar o exemplo às futuras gerações.
Nós, mortais, sem certeza alguma do que vem pela frente só podemos sonhar que estes dois amigos ilustres possam estar sentados lá do alto, em volta de uma cuia de chimarrão, quem sabe acompanhados do já falecido editor deste jornal, Aramis Gorniski, de quem eram grandes amigos, prá colocar o papo em dia.
Quiçá pudéssemos ter esta certeza.
Vão em paz, amigos.
