PRUDÊNCIA

O pai e a mãe não podem merecer o inferno com maior facilidade do que no filho ou na filha, se negligenciarem e não lhes ensinarem os Mandamentos de Deus desdobrados e atualizados com os critérios da Palavra de Deus. Fica a pergunta: de que adianta jejuar, rezar, orar, fazer romaria, peregrinar para este aquele lugar e fazer ‘boas obras’ inventadas pelas pessoas para merecer a graça de Deus – que não pode ser merecida – se não cumprimos o quarto Mandamento, por exemplo? Pior. Se somos negligentes, na nossa casa, no ensino da Palavra de Deus, é pecado. Pois no juízo final Deus de qualquer maneira não vai perguntar ao pai e para a mãe se praticaram ‘religião’ inovada, mas reclamará dele e dela o filho ou a filha que lhes encomendou. Isto, sim, está indicado na Palavra de Cristo, com clareza ímpar.

Jesus Cristo disse em Lc 23.28s.: “Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim; chorai, antes, por vós mesmas e por vossos filhos! Porque dias virão em que se dirá: Bem-aventuradas as estéreis, que não geraram, nem amamentaram.” Por que haverão de se lamentar desta forma senão pelo fato de toda a sua descrença provir de seus próprios filhos? Se não os tivessem gerado, talvez teriam sido salvas. É verdade, estas palavras bem que deveriam abrir os olhos dos pais no sentido de verem os seus filhos de forma espiritual, segundo sua alma, para que as pobres crianças não sejam ludibriadas por seu falso amor carnal, com se honrassem a seus pais de modo condizente pelo fato de não se encolerizarem com eles ou de serem obedientes em ostentação mundana, na qual é fortalecida a sua vontade própria. Ao invés disto, o quarto Mandamento de Deus outorga honra aos pais para que seja quebrada a vontade própria do filho ou da filha no sentido de que se torne humilde e manso/a ao modo de Deus. Sobretudo, que seja e viva/o como um cristo para o semelhante. Isto urge ensinar.

Assim como já escrevi em relação aos Mandamentos anteriores também em relação ao quarto deve acontecer a obra principal, ou seja, ninguém deve pensar que sua disciplina e instrução dada ao filho e à filha seja suficiente em si mesma para ser crente e salvo por méritos. Elas devem ser exercitadas e motivas, pela fé, não duvidando de que agrada a Deus boas obras realizadas em obediência ao que Ele ordena nos Mandamentos. Na verdade nós exercitamos a fé quando confiantes em Deus e esperando dEle todo o bem e bem-aventurança, e uma vontade graciosa fazemos o que Lhe é aprazível no próximo. Sem esta fé e forma de ação nenhuma boa obra vive ou é viva, boa e agradável a Deus. Aliás, será que a história não revela, à profusão, que houve e há pessoas que nem sequer temem, amam e confiam em Deus acima de tudo que legaram ao seu filho ou sua filha uma boa educação, porém, não lhes infundiu benefício eterno por causa da ausência da fé verdadeira. Sem ela não há amor verdadeiro, que é fruto do Espírito Santo.

A boa obra depreendida do quarto Mandamento é honrar e prestar obediência ao pai e à mãe que cumprem a sua função como membros da comunhão das pessoas crentes e salvas. Isto a Igreja de Jesus Cristo crê, ensina e confessa, com notoriedade. A comunhão dos/as santos/as têm autoridade que advém do SENHOR para mandar, proibir, dispor, ordenar, excomungar e desligar. E como honramos, tememos e amamos ao pai e à mãe físicos, assim devemos proceder com a autoridade espiritual, deixando-a ter razão em todas as coisas que não infrinjam os três primeiros Mandamentos de Deus. Porque nenhum filho ou filha é obrigada a obedecer em detrimento da fé em Cristo e da consciência cativa à Palavra de Deus.

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Pastor Airton Hermann Loeve

Pastor Airton Hermann Loeve – Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil (IECLB) – Lapa/PR.
Entre em contato com Pastor Airton Hermann Loeve: pastor.air.ton@hotmail.com