“Vendo [Jesus Cristo] o povo, subiu a um monte e sentou-se, e seus discípulos se aproximaram dele. E, abrindo a boca, ensinou-os dizendo…” – Mt 5.1-2. Jesus Cristo foi ordenado para o ministério e tem ordem para pregar no estado e condição de Filho de Deus. Razão pela qual Ele se apresenta abertamente e em público. Ele não teme ninguém, porquanto ensina o Evangelho da Glória e da Graça de Deus. Ele pode se gloriar, abertamente, e em público perante o mundo, como quem nada falou na clandestinidade… – Jo 18.20.
Jesus Cristo abriu a boca em público. Ele não ficou de boca fechada, abrindo-a, só, na clandestinidade. Ele tinha direito e ordem divinos de: falar com coragem e confiança; pregar a verdade e o que Lhe foi ordenado; não silenciar e nem murmurar ante ao povo. Ele confessa a doutrina dEle sem medo e destemidamente. Jesus Cristo ensina francamente, e a reação é dupla: fé e incredulidade. Jesus Cristo, como pregador, não sonda, primeiro, o ambiente e verifica o que se gosta e o que não se gosta de ouvir. Ou, o que Lhe poderia acarretar em desagrado, prejuízo ou ameaça. Jesus Cristo não falou com ‘papas na língua’. Ele não temeu as autoridades constituídas. Nem avaliou se Lhe tributariam clemência ou ira. Jesus Cristo não prega movido pela ‘autoridade’ do dinheiro, riqueza, honra, poder, status, pobreza, prejuízo. Ele prega, ensina e fala o que o Seu ministério exige, razão pela qual se encontra ali. A questão é: será que Jesus Cristo ainda hoje, de verdade, ganha ouvidos entre nós, pessoas batizadas?
Jesus Cristo, no alto do monte, em lugar público, olha livremente em volta. Ele não falava como “flauta comprada”. Ele não teme ninguém – repito –, embora enxergue muitos tipos de pessoas ao seu redor. Ele não considera se ali há pessoas em posição de autoridade ou se é gente liderada pelas autoridades; nem faz uma sondagem prévia para se precaver se Lhe tributarão fé ou incredulidade, clemência ou ira, dinheiro e riqueza; honra e poder, status ou pobreza e prejuízo. Ele faz e fala o que o Seu ministério exige, razão pela qual está ali.
Expor a verdade de Deus abertamente, em público, à luz do dia, é o que faz o Filho de Deus. Ele denuncia e condena, tanto o que prejudica a vida material bem como o que depõe contra a vida espiritual ao modo de Deus. A Sua doutrina beneficia a pessoa ouvinte crente com certeza da salvação e bem-aventurança na vida, na morte e para além delas. Note que Jesus Cristo não doutrina como uma empregada ou um empregado deve trabalhar na casa e ganhar seu pão, ou como uma pessoa investida de autoridade deve governar. Ele ensina, isto sim, como alcançamos, cá e lá, a vida e a fé que Ele quer que esteja em ação na nossa vida.
O estômago e a vida terrena não influenciam e nem ainda determinam o conteúdo da doutrina de Jesus Cristo – Ele exerce o Seu ministério de forma pura, perfeita, responsável ante ao Seu Pai. Jesus Cristo não tagarela futilidades e aletofobias. Ele prega a verdade sem silenciá-la. Ele, corajosamente, abre a boca, ensinando a verdade e condena a falsa fé, ensino e confissão em prática na época. Bem como condena e rejeita a espiritualidade e vida falsas. E, cada um de nós, hoje, já sabe no que resultou o abrir da Sua boca. A grande pergunta que fica é: será que nós, corajosamente, estamos dispostos a ouvir o Filho de Deus, hoje? Porquanto, jamais seremos e teremos vida bem-aventurada colocada em curso na nossa vida, só na teoria. Ou as pessoas ouvintes de Jesus Cristo aderem à Sua doutrina ou a rejeitam. Feliz Páscoa.
P. Airton Hermann Loeve.
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