A Verdade em Pessoa, Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, diz, com todas as letras audíveis e compreensíveis: “Vós ouvistes que foi dito aos antigos: “Não matarás”. Quem, porém, matar está sujeito a julgamento” – Mateus 5.21. Aqui Ele toma alguns dos Dez Mandamentos em separado, para explicá-los corretamente, e mostra como os fariseus e escribas os ensinaram e interpretaram, tão-somente, em seu sentido literal e os aplicaram exclusivamente às ordinárias obras exteriores, em benefício mundano-carnal próprio. Para começar, neste mandamento da segunda Tábua eles não viram mais do que a palavra “matar”, o que significaria matar com as mãos, deixando às pessoas a ideia de que aqui nada se proíbe além disso. Outrossim, injungindo sentido adulterado, inventaram um belo pretexto, pois, assim, eles não poderiam ser culpados de homicídio se entregassem uma pessoa a alguém outro para matá-la, como entregaram Cristo ao gentílico Pilatos. Eles – note bem a maldade da carne e do diabo, então e no presente! – não queriam manchar suas mãos com sangue, e, sim, permanecer puros e santos ao modo carne e do mundo hostil à fé verdadeira, tanto que nem quiseram entrar na casa do juiz. Não obstante, foram somente eles que levaram Jesus Cristo à morte, compelindo Pilatos a ter que matá-lo contra sua vontade. E mesmo assim, eles saíram dali como se fossem completamente puros e inocentes, a ponto de repreenderem, inclusive, os apóstolos, em Atos 5.28, dizendo: “Quereis lançar sobre nós o sangue desse homem”, como se quisessem dizer: “Não fomos nós que o matamos, e, sim, os gentios”. Fato semelhante se lê a respeito do rei Saul em 1 Rs 18.17. Saul odiava Davi e pensava matá-lo, à traição. Porque ele queria ser santo, planejou não matá-lo por suas próprias mãos, e, sim, mandá-lo aos filisteus, para que lá tombasse, e sua mão permanecesse, apesar de, inocente aos ‘olhos das pessoas’.
Eis a bela santidade dos fariseus, em Igreja e Sociedade, que pode, segundo os seus critérios auto justificados, se auto isentar e permanecer, ao seu juízo, piedosa desde que ela mesma não mate, embora o coração estivesse cheio de ira, ódio e raiva, de secretos e maus pensamentos de morte e, além disso, a língua cheia de maldição e blasfêmia. Essa também é a santidade auto produzida, em Igreja e Sociedade, ao longo dos anos, que se torna verdadeira mestra nessa matéria, razão pela qual combate a Cristo, o Evangelho, Sua doutrina, a fé, o Espírito, o máximo possível. E para que sua santidade não fosse e nem seja condenada, denunciada e rejeitada, com base na Palavra de Cristo, de verdade, as pessoas santas segundo a sua própria inventiva, tentam encontrar uma saída ‘maravilhosa’ e extraíram, ao longo da história, doze conselhos das palavras de Cristo, dizendo que Ele não ordenou tudo isso como necessário, e, sim, que o teria posto no arbítrio de cada um, como bom conselho e que pudesse cumpri-lo quem quisesse merecer algo melhor do que outra gente, por tratar-se, segundo a sua fé, teologia, culto e vida auto justificadas, de um ensinamento totalmente supérfluo, perfeitamente dispensável. Porém, ai de quem cai na mão de gente assim!
Por fim, se você perguntar, quando e se isto realmente é possível, para as pessoas santas segundo a sua própria inventiva, por que razão transformam os ensinos de Cristo em conselhos ou como podem prová-lo, elas, ao longo da história, dizem: “Ora, se nós tivéssemos que ensinar ao modo de Cristo, isso significaria onerar, demasiadamente, a cristandade, conforme torna evidente a teologia misturada com antropologia humana aletofóbica do politicamente correto”. Mas, quem, hoje, objetivamente, se importa com Cristo e Sua doutrina? Ah, se nós voltássemos às Escrituras, de fato!, como a vida seria diferente!