SALMOS

Sl 11 – Ainda que não substitua o texto em si, vamos à introdução, com vistas à interpretação e explicação contextualizada e atualizada, cristologicamente, dos Salmos, que têm em vista o conhecimento e a glória de Deus, em aroma suave, mediante Jesus Cristo. E nEle, na unidade do Espírito Santo, de fé em fé, edificação luteradora das consciências pávidas, exortação de soberbos e empedernidos, e consolo necessário, profícuo, ubérrimo dos corações atribulados.

O Salmo onze é um Salmo no qual o salmista ora a Deus por causa dos hereges, sectários, falsos intérpretes e adulteradores das Escrituras, que fazem com que as pessoas que lhes dão ouvidos crentes, seduzidas, acabam abrindo mão do verdadeiro fundamento da sua fé, como seu rochedo, em consequência da hipocrisia e do enorme reluzir da santidade das obras. Os pseudomestres e pseudopregadores, que se autocoroam e apresentam com auréola de alegria e liberdade autoproduzidas, zombam dos verdadeiros pregadores da Palavra e mestres cristólogos, reformadores da fé e da moral, que dizem: Ora, destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo? Mas o salmista, ao término, consola, certificando que Deus, o SENHOR, com certeza, está vendo o que eles fazem, e intervirá, condenando os irredutíveis falsos mestres, e fará com que a gente justificada por graça mediante a fé em Jesus Cristo prevaleça no juízo final. E assim o salmista anima à oração, porque a dos justos será ouvida, como a do salmista, a título de exemplo, também foi ouvida, para a sua alegria no SENHOR. E o presente Salmo pertence ao terceiro Mandamento de Deus e à primeira petição do Pai Nosso.

O Salmo trata dos ensinadores sedutores, autofeitos justos, retratando-os como incorrigíveis e como aqueles que estão reservados apenas para o julgamento de Deus, já que doutra sorte, não recuam e nem se penitenciam de modo algum. E as pessoas tementes a Deus e de coração piedoso, não podem ser consoladas neste assunto por outra promessa senão pela certeza do justo julgamento de Deus, que é provocado à ira quando se despreza a Palavra e se blasfema a Cristo. Mas enquanto o juízo de Deus não se concretiza, atualizando o Salmo, cristologicamente, seguindo o exemplo de Cristo [Mt 15.14.], deixe-os ir, pois como guias cegos, guiam outros cegos, e ambos cairão no mesmo buraco. E é assim como Paulo diz, em sua apostolicidade, [2Tm 3.13.], quanto mais tempo perseveram na palavra e fé autoinovadas, infestadas de heresia, mais soberbos e petulantes impostores eles ficam, são, se portam, se tornam. E, assim, ante a aparente impunidade, seduzem e são seduzidos, pois o mundo hostil a Cristo, facilmente, se deixa enganar pela aparência de piedade fundamentada na teologia da glória e da liberdade aprazível à carne e ao sangue. Sedutores de consciências, inconstante nas Escrituras, não se deixam notificar ao arrependimento e à fé em Jesus Cristo. Não obstante, o fundamento pétreo das pessoas santificadas pela Palavra e pelo Espírito Santo, em comunidade, é a justificação por graça divina mediante a fé em Jesus Cristo. Pois uma consciência apaziguada e um coração consolado não são alcançados mediante a justificação pela lei, méritos, dignidades, boas obras. O autojustificado fundamento de salvação não é a fé que adere, única e tão-somente, a Jesus Cristo. Por isso mesmo o presente Salmo condena e rejeita os iníquos pseudomestres e pseudoensinadores que perseguem os piedosos, cuja norma de fé e de conduta, é Cristo e o que promove e aponta para Ele. Eis porque o salmista os descreve como cabeças muito confiantes e orgulhosas, que são como pedras duríssimas e diamantes que querem dar e dão ao salmista como proscrito e dizem: “Pondera a nossa vida e fé e te decide ficar conosco em magno consenso na fé, ensino, confissão e consequente condenar e rejeitar, porque, caso obstares, então és blasfemo e réu de morte, e deves morrer, não, porém, por nossas mãos, mas de outrem, seduzido e instigado por nós; e, assim, não obstante a tua morte, continuemos sendo ajuizados pelo povão como os maiores santos da face da terra.” Ao que o salmista responde, asseverando, confesso, que o seu culto é e continuará sendo cristológico, não obstante as suas ameaças; e que ele crê em Deus, o SENHOR, mediante Jesus Cristo, segundo a Escritura, por graça divina, como o seu refúgio, e que somente Ele o livra e resgata da ira de Deus. Pois verdade é que, enquanto a terra durar, sempre haverá fé, teologia, culto, piedades paralelas, que desprezam a Cristo, o Evangelho, o Espírito, a fé incomum. Somente quem persevera na Palavra e na fé em Jesus Cristo é e será salvo.

P. Airton Hermann Loeve.

Please follow and like us:

Pastor Airton Hermann Loeve

Pastor Airton Hermann Loeve – Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil (IECLB) – Lapa/PR.
Entre em contato com Pastor Airton Hermann Loeve: pastor.air.ton@hotmail.com