Salmos

Sl 12 – Ainda que não substitua o texto em si, vamos à introdução, com vistas à interpretação e explicação contextualizada e atualizada, cristologicamente, dos Salmos, que têm em vista o conhecimento e a glória de Deus, em aroma suave, mediante Jesus Cristo. E nEle, na unidade do Espírito Santo, de fé em fé, edificação luteradora das consciências pávidas, exortação de soberbos e empedernidos, e consolo necessário, profícuo, ubérrimo dos corações atribulados. 

O Salmo doze é um Salmo de oração. Nele o salmista lamenta a Deus por causa da presença e ação iníqua dos pseudomestres e pseudoensinadores que estão sempre à cata de novas descobertas especulativas na Bíblia e que, em toda parte e lugar, tentam encher o reino de DEUS com cultos autoinovados como se fossem necessários à salvação, como lamenta o último versículo: “Por todos os lugares andam os perversos, quando entre os filhos dos homens a vileza é exaltada.” Porque onde o ensino humano autoinovado começa a ser semeado e toma pé, sem resistência e contestação firmes, aí não há mais, com o passar dos dias, uma cessação, nem fim e nem sequer medida para a impiedade autojustificada. Daí advém que ele, mais e mais, vai lançando raízes, e, em virtude da perda da verdadeira fé, do verdadeiro culto, do artigo principal da nossa justificação, vai sobrecarregando as pobres consciências atribuladas, e tem como desdobramento pontual que poucos ou melhor muitos poucos permanecem verdadeiros santos diante de Deus. Aliás, quem vai alcançar perdão dos pecados, vida e salvação, se for perdida, adulterada, expandida ou se forem introduzidos acréscimos presentes, anteriores, posteriores à Palavra e ao ministério da reconciliação? Por outro, o Salmo consola, salmodiando, que Deus é a sua salvação via Cristo, ou seja, que Ele, sempre de novo, quer fazer com que a Sua Palavra, lei e Evangelho, seja redescoberta, não obstante, para pessoal alegria no SENHOR, e esperança das ouvintes crentes. Pois ela mesma, a Palavra, em monoagência, é que se precipita, com ênfase e vigor, contra a palha do ensinamento humano. E assim liberta a consciência aprisionada e seduzida, contanto que a pessoa creia em Cristo, a Salvação em Pessoa, da parte de Deus em nosso favor, segundo a promessa divina, que haveria de se cumprir, no caso do salmista, pois confia na graça divina. E é deveras verdade que quem é temente a Deus e de coração piedoso vai vivenciar cruz incomum; e, por vez, de caso a caso, o martírio. Apesar do que o salmista vivencia, o Espírito, faz com que tudo redunde em benefício fortalecedor da Palavra e da vida por fé. Em verdade sucederá assim com ele, já que Ele ama a Deus, via Palavra, para usar linguagem figurada, como a prata é refinada pela ação do fogo. Portanto, urge se dar por conscientizado, já que vivemos no mundo cindido, no qual há ministério autoescolhido e existe igreja autogerada, que é impossível ser temente a Deus e de coração piedoso, de verdade, sem sofrimento e tribulação incomuns. A realidade espiritual depravada exige, no chão da vida, não só palavras, mas testemunho cruciforme. Mas ela, não obstante a sua presença ruim, por estar a serviço do testemunho cristológico dos verdadeiros reformadores da fé e da moral, faz com que eles precisem ser mais e mais cristalinos e objetivos na doutrina, por exemplo. E que doravante os ouvintes crentes da Palavra, reconheçam e confessem a verdade de Deus com cada vez mais clareza e pureza, por amor da sua salvação, como membros do Povo da fé, e dos ouvintes crentes – que buscam o ministério da Palavra, na sua acepção pura, necessária, legítima. Além do exposto, o Salmo pertence ao segundo e terceiro Mandamentos, e às primeiras duas súplicas do Pai Nosso. O salmista, em grande zelo em relação à Palavra, salmodia contra aqueles que, em abuso de poder e autoridade, exercem o ofício da Palavra entre o povo de Deus, mas, para grande ruína e malefício das almas. Pois gente autoenviada, em vez da Palavra de Deus, ensina doutrinas humanas por elas autoinventadas como se fossem necessárias para a salvação. E elas, em agindo assim, perseguem os mestres legítimos e censores fiéis e verdadeiros, que, de verdade, ensinam a Palavra de Deus de modo puro e correto, razão pela qual Cristo verbaliza severas imprecações contra os que fecham o reino dos céus diante dos homens – Mt 23.13; Lc 11.52. É nítido e evidente que o presente Salmo foi salmodiado contra os hereges e heresiarcas, que, não obstante tais, ainda perseguem as pessoas legitimamente vocacionadas e incumbidas do ministério da Palavra, pela comunidade da pregação da fé.

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Pastor Airton Hermann Loeve

Pastor Airton Hermann Loeve – Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil (IECLB) – Lapa/PR.
Entre em contato com Pastor Airton Hermann Loeve: pastor.air.ton@hotmail.com