SALMOS

Sl 15 – Ainda que não substitua o texto em si, vamos à introdução, com vistas à interpretação e explicação contextualizada e atualizada, cristologicamente, dos Salmos, que têm em vista o conhecimento e a glória de Deus, em aroma suave, mediante Jesus Cristo. E nEle, na unidade do Espírito Santo, de fé em fé, edificação luteradora das consciências pávidas, exortação de soberbos e empedernidos, e consolo necessário, profícuo, ubérrimo dos corações atribulados.

O Salmo quinze é didático, e ensina o correto entendimento da lei, e uma vida realmente boa e obras realmente boas, como frutos da ação do Espírito e da fé cristológica e cristocêntrica, que adere a Cristo, por amor. A saber: como ser imaculado diante de DEUS por meio da fé correta, e como praticar verdadeira boas obras em benefício da pessoa próxima, e como evitar os maus caminhos dos ímpios e sua hipocrisia, pois eles querem e tentam servir a DEUS com ações de fé e culto enganosas, e assim abandonam as verdadeiras boas obras: a fé, o ensino cristocêntrico, a confissão cristológica, o louvor a Deus, que une pregação e hinologia que edifica, exorta, consola pessoas tementes e de coração piedoso, conversas e regeneradas pelo Espírito. O Salmo pertence ao terceiro Mandamento, no qual Deus, o SENHOR, nos ordena que devemos ouvir e aprender a Palavra dEle, e está contido na terceira petição do Pai Nosso.

O salmodiado no presente Salmo segue ao anterior, que descreve o padrão e exemplo das pessoas para quem Cristo não é importante, como procederam as pessoas contemporâneas dEle. E que se autojulgam e portam tão presunçosamente que mesmo convencidas do erro, não o admitem. Eis porque impenitentes e incrédulas, ‘pateando e pisando corações piedosos’, seguem avante em seu blasfemar a Cristo. E, com o passar do tempo, já que Deus não castiga de imediato, se tornaram tão insolentes e revelaram tanta e tamanha falta de temor a Deus que se portaram como quem jamais erra. Sim, mesmo réprobos em sua fé, teologia, culto, piedade, autocreem que Deus está com eles e que as demais pessoas, mesmo crentes em Cristo em consonância com a Palavra, são do diabo; assim ajuízam, em autoindulgência. Razão pela qual, como as autoridades religiosas no período de Cristo, se atreveram a invocar o juízo de Deus sobre si. Quanta arrogância! O Salmo 15, com as devidas ressalvas da palavra, vem irmanado com o anterior, só que salmodia o padrão e exemplo das pessoas piedosas, de modo que ele nos ensina como nós devemos nos precaver do que provoca Deus à ira, a começar pela fé, teologia, culto, piedade para as quais Cristo não é importante. E também a condenar e rejeitar o mal e o mau característico do velho Adão e da velha Eva com seus vícios e maus desejos. Junto e unido à comunidade da pregação, via Palavra e fé, inspirado pelo Espírito Santo, é preciso se despojar do velho homem, e ser revestido do novo: que vive em arrependimento e fé diários. Pois não é o livre arbítrio que expurga o diabo, subjuga a carne, mata a morte em nós, mas sim, em monoagência, o benefício da graça de Deus. Somente a pessoa que foi feita peregrinar na graça divina que nos justifica mediante a fé Jesus Cristo é que, de fora, internamente, está segura de que Deus a tolera como pecadora e que Ele é com ela, para a sua bem-aventurança, na vida e na morte e para além delas. E assim o presente Salmo condena e rejeita a justiça das obras que suscita hipócritas: gente que muito brilha na aparência de piedade, mas o coração é péssimo diante de Deus Pai, que vê, julga e examina o coração. Ele não deixa ninguém crer e nem fazer impunemente o que bem lhe apraz. Pessoas justas segundo Deus não se autolouvam e nem autojulgam firmado em sua linhagem, sabedoria, justiça, mas, sim, antes, muito se refugiam, de fé em fé, em Jesus Cristo e Seu perdão. Pois só o Espírito Santo pode incluir no reino de Deus, se Lhe aprouver. E neste particular o Salmo 15 é salmo incomum porque condena e rejeita toda e qualquer forma de autojustificação via justiça da lei e das obras. Claro: é necessário fazer boas obras, mas querer alcançar perdão dos pecados, vida e salvação por intermédio deles é altivo exagero.

P. Airton Hermann Loeve.

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Pastor Airton Hermann Loeve

Pastor Airton Hermann Loeve – Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil (IECLB) – Lapa/PR.
Entre em contato com Pastor Airton Hermann Loeve: pastor.air.ton@hotmail.com