Salmos

Sl 18 – Ainda que não substitua o texto em si, vamos à introdução, com vistas à interpretação e explicação contextualizada e atualizada, cristologicamente, dos Salmos, que têm em vista o conhecimento e a glória de Deus, em aroma suave, mediante Jesus Cristo. E nEle, na unidade do Espírito Santo, de fé em fé, edificação luteradora das consciências pávidas, exortação de soberbos e empedernidos, e consolo necessário, profícuo, ubérrimo dos corações atribulados.

O Salmo 18 é um Salmo régio de ação de graças, no qual Davi agradece a Deus por ter sido, milagrosamente, liberto de todos os seus inimigos, gratuitos. E ele é divido em quatro partes de acordo com seus inimigos, a saber: Saul, os gentios, Absalão e os súditos rebeldes. Nos primeiros sete versículos ele conta como estava angustiado por causa da ação soberba inimiga, e como Deus, não obstante, de modo vivo, real, presente, corpóreo o assistiu e socorreu, libertador, consoladoramente, quando tudo já parecia acabado com ele em sua função e com o ministério da Palavra. Em seguida seguem sete versículos, nos quais ele apresenta, como é característico à maneira dos profetas do SENHOR, como Deus, ainda que abscôndito, costuma prover ajuda ubérrima quando inimigos se autocreem integralmente vitoriosos. E assim, exortativo e consolatoriamente, o salmista salmodia como Deus procedeu em relação ao Seu povo quando se cria que estava definitiva e mortalmente escravizado e subjugado no Egito. Depois, no décimo sétimo versículo, Davi se reporta a Saul, o rei invejo, mau e inimicíssimo ao extremo. Ele que persegue Davi que crera na Palavra e na Vontade divinas. Saul inveja e odeia Davi, porque Deus o chamou, escolheu e constitui rei no seu lugar. Já no vigésimo sétimo versículo, Davi louva a Deus, porque apesar da presença e ação dos inimigos: Golias, os filisteus, Amaleque e outros gentios maus, ele é socorrido, liberto, salvo, feito vencer, não obstante a aparente fraqueza, precisão, necessidade, carestia, insignificância. No trigésimo quinto versículo Davi testemunha acerca da ação inimiga que experimenta do seu próprio filho, Absalão. E, por fim, no versículo quarenta e três, Davi novamente dá graças, porque apesar da ação e presença da gente inimiga, das pessoas rebeldes e desobedientes a Deus e que não creem em Sua Palavra, é ajudado e assistido, e vivencia provisão presente-corpórea da parte do SENHOR, que está aí, invocado ou não, em eficácia dupla. E isto se deu quando praticamente todo o Israel se voltou contra ele, por causa da ação de Seba – Veja 2Sm 20.1s. Davi tinha muitos súditos invejosos e arrogantemente rebeldes, e isto de modo tão intenso que até mesmo pagãos estrangeiros eram-lhe, por vezes, mais queridos e obedientes do que eles, que, obviamente, lhe deviam obediência, por temor, amor e confiança em Deus.

O presente Salmo pode ser lido, meditado e salmodiado por todas as pessoas tementes a Deus e de coração piedoso no presente que também estão em situação de precisão e após se verificarem assistidos querem agradecer a Ele pela Sua ajuda libertadora e socorro corpóreo, apesar de. O salmista, notificando-nos à confiança, salmodia como Deus é um resgatador que deveras socorre e assiste, libertador. E que é presente, corporeamente, não obstante toda a adversidade e inimizade injusta, má, inspirada pelo diabo, mundo, carne. Mas quem quiser interpretar e meditar o Salmo 18 na perspectiva de Cristo, da Igreja, do ministério da Palavra e dos meios da graça, também pode fazer, com as devidas ressalvas, fazendo de Davi, Cristo; de Saul, os hereges contemporâneos de Cristo; de Absalão, todo o sistema, poder e autoridade religiosas e seculares autojustificadas que se opõem e levantam, sobretudo, contra Cristo e Seu Evangelho; dos súditos falsos e desobedientes traidores, toda gente próxima a Cristo que não ficam com Ele em morte e dor. Enfim, a gente que é cristã infestada de hipocrisia e de fingimento, apesar de todos os benefícios recebidos, O nega, publicamente, quando o mais deveriam confessá-lO, com boca e coração, como o seu SENHOR, vivo e verdadeiro. O Salmo 18 pertence ao quarto Mandamento e à terceira petição do Pai Nosso, quando ele, Davi, o rei escolhido e ungido, legitimamente, louva e agradece a Deus, trazendo-Lhe a honra devida. Ele, como é justo, apesar de, rende graças, louvor, exaltação ao nome de Deus, o SENHOR.

P. Airton Hermann Loeve.

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Pastor Airton Hermann Loeve

Pastor Airton Hermann Loeve – Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil (IECLB) – Lapa/PR.
Entre em contato com Pastor Airton Hermann Loeve: pastor.air.ton@hotmail.com