Jesus Cristo, que quer expurgar e matar o ‘eu’ fariseu / farisaico em nós, disse: “Tomai cuidado com vossas esmolas, para que não as deis perante as pessoas, para que sejais vistos por elas. Do contrário, não tereis recompensa junto a vosso Pai no céu. Ao dares esmolas, não mandes tocar trombetas a tua frente, como fazem os hipócritas nas escolas e nas ruas, para serem glorificados pelas pessoas. Em verdade vos digo: eles já receberam sua recompensa. Tu, porém, ao dares esmola, não permitas que tua mão esquerda saiba o que faz tua direita, para que tua esmola permaneça em segredo, e teu Pai, que vê em segredo, to recompensará publicamente” – Mt 6.1-4.
Está e deve continuar claro para as pessoas transluzidas pelo Evangelho de Jesus Cristo que o diabo, o mundo, a carne nos mandam e sugestionam dar esmolas com a intenção de conquistar e receber a honra e o favor do mundo incerto e que pode entrar, rapidamente, em ‘colapso’ e mudar de posição. Por isso mesmo fica a pergunta reflexiva: Por que tu e eu / nós não fazemos um ‘investimento melhor’ com as obras, a saber, junto a Deus, onde não se pode perdê-las, que Ele quer recompensá-las ricamente tanto aqui quanto lá? Aliás, pode haver recompensa pelas boas obras mais desejável do que a Sua presença junto a nós na vida e na morte e para além delas? Não vamos nós viver e agir como os fariseus. Quem o faz tem o que merece por ser um salafrário desse tipo e por não procurar nada mais do que recompensa terrenal e ser adorado pelo povo ingrato, fazendo de você, assim, um deus – quanto e enquanto você tiver algo para esmolar, doar, ofertar. Deus que recompensa e castiga pode muito bem deixar que o mundo e o diabo, como aconteceu com os fariseus impenitentes e incrédulos, lhe tratem desse modo, tirando de você sua divindade e jogando-a no ‘barro’, onde, aliás, ela está no lugar certo. Que o farisaico em nós morra, o quanto antes melhor!
Para, pensa, reflete: Não se auto divinize e nem busque ou permita que isso suceda. Pois, porque você, fariseu, se arrisca a sentar-se no trono de Deus e a usurpar Sua honra, Ele, já que doutro modo você igual não se penitencia e nem crê nEle mediante Cristo, lhe derrubará dali, para que tenha, por agradecimento pela honra roubada, toda sorte de desgraça, cá e eternamente. Pois o mundo impenitente e incrédulo é realmente um caso perdido. Seja ele piedoso, seja ela mau – em ambos os casos ele não presta para nada, pois ou ele quer ser abertamente um diabo com obras más, ou ele próprio quer ser e dispensar Deus com boas obras, quando, na verdade, ambas as coisas são intoleráveis. Por isso, ninguém pode fazer uma boa obra, a não ser que seja uma pessoa cristã – que crê que Cristo, sem méritos e dignidades da nossa parte, sofre por nós e é o Cordeiro de Deus morto por nossos pecados. Nela Satanás não pode e nem consegue, em comunidade nascida da Palavra, transformar consolo em perturbação. Pois se a pessoa realiza boas obras, fora da graça e da fé em Cristo, ela não dá esmolas para a honra de Deus, e, sim, para sua própria honra, vantagem e gozo, ou, se ela pretexta que o faz para a honra de Deus, isso é uma deslavada mentira auto justificada.
Uma pessoa cristã é e deve ser, em si mesma, por mais cheia de boas obras que seja ao modo do juízo de Deus, neste mundo que não é o Novo Céu e a Nova Terra, uma pessoa atormentada em sua consciência e em seu coração, pelos inimigos espirituais e, no entanto, permanece e deve permanecer na Palavra, de fé em fé, sem procurar obter paz, méritos, recompensas de um lugar ou pessoas que não seja somente em Jesus Cristo e Seus méritos em nosso favor. O conjunto a Escritura reclama por boas obras, esmolas, doações e ofertas e exalta-os na recompensa externa. Porém não atribui vida, justificação, perdão dos pecados.
