Jesus Cristo, o nosso único, suficiente, necessário, indispensável SENHOR e Salvador, disse: “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Não expulsamos diabos em teu nome? Não fizemos muitos feitos em teu nome? Então lhes confessarei: jamais vos conheci. Afastai-vos de mim todos, seus malfeitores” – Mt 7.22-23.
Cristo nos quer ter por advertido e conscientizado no sentido de que humildemente reconheçamos, crentes, que os dons de Deus são nobres, nós, porém, enquanto que gente que rejeita a necessidade do arrependimento e da fé em Jesus Cristo somos tão imundos que não podemos de outra maneira, quando os sentimos, temos que tornar-nos arrogantes e insolentes, e vice-versa, desesperamos quando não os temos. Os desdobramentos do pecado autojustificado são grandes e abrangentes: frutuosos para o mal. Mas não é disto que o texto trata. Jesus Cristo está falando de falsa profecia e falsos milagres, conforme também diz em Mt 24.5: haverão de surgir falsos cristos e falsos profetas e farão grandes sinais e milagres, para seduzir ao erro, se possível, inclusive os eleitos. E o apóstolo Paulo diz em 2Ts 2.1s. a respeito do anticristo que ele vem com muitos poderes, sinais e milagres enganosos e com todo tipo de mentiras para seduzir para a injustiça, etc., porque não aceitaram, como fé presente, o amor à verdade para serem salvos. Aliás, é certo que sempre haverão de acontecer falsos sinais na cristandade e que os falsos cristãos os haverão de considerar como sinais verdadeiros e autênticos. Isto já aconteceu, como verificamos na história, em grande escala, especialmente, quando pessoas se autofizeram tementes a Deus e piedosas, e ainda, ocuparam cargos de liderança na igreja, e, também fora da religião cristã houve religiosos, sacerdotes e santos esquisitos. Para tanto, basta ler livros e lendas, especialmente o que escreveram e fizeram as pessoas que tem inovado e fundado ordem religiosas infestadas de justiça das obras, da lei, das dignidades, dos méritos. Elas estão cheias de milagres, quando, em verdade, tudo não passou de pura mentira e artimanha, às vezes da carne e do sangue às vezes do diabo para enganar e seduzir com suas patifarias abomináveis. Lá e cá na literatura eclesiástica nos deparamos com homens devassos, que ‘expulsavam’ o diabo e ‘brincavam’ com ele como se ele fosse uma criança, a quem se precisa ensinar a falar e a ter modos.
Quem seria capaz de enumerar, na história eclesiástica, as diabruras que foram praticadas sob o santo nome de Cristo, de Maria, da santa cruz, dos pais da Igreja, etc.? Para evitar e coibir o mal, o conhecimento é necessário. Porque autoridades na religião cristã em conluio com o Estado já promoveram intensivamente muito mal. E a situação foi tal que muita gente caiu na sua conversa e empoderadas ninguém mais podia ousar dizer uma palavrinha crítica necessária contra o Estado e a Religião. Aí não havia autoridade eclesiástica maior nem inferior que exercia autoridade sobre determinadas regiões circunscritas que pregasse contra isto, pelo contrário, deram seu apoio e sua bênção. E se alguém aí, conscientizado, com justiça, se opusesse, logo era violentamente silenciado e reprimido. Verdade é e seja escrita: quando e sempre que a verdade do Evangelho foi perdida, adulterada, embaralhada, expendida toda sorte de fantasmagorias surgiram nesse período. E, aí, lucrativo, imperavam ideias ímpias: como se houvesse um lugar intermediário entre o céu e o inferno. Ademais quantas práticas religiosas pelas almas, quanta devoção cega às pessoas ajuizadas como santas, quanta peregrinação, construções de locais tidos como necessários ir, frequentar, estar se é que se quisesse ter e garantir a salvação eterna. Sim, inclusive neste contexto, sob ‘pretexto’ de Evangelho muitos vieram e propalaram profetadas sobre tempos futuros. Tudo isto foi obra do diabo e de gente serva dele, a fim de confirmar seu regime abominável e mentiroso e para enfeitiçar pessoas humildes, e mantê-las presas no erro, e para que ninguém lhe pudesse escapar. Lamentavelmente muito mal se cometeu e se comete em nome da fé, em especial, na falta ou na ausência de fieis censores. Não é cristão e nem ético lucrar ou se beneficiar como o mal. Antes, enfática e energicamente isto deve ser denunciado e coibido, em toda parte.
P. Airton Hermann Loeve.
