PENSANDO NO PRÓXIMO (humanidade)

Se você vem acompanhando nosso Bate Papo semanal, irá perceber que venho traçando uma linha de raciocínio nas últimas duas edições, onde falamos sobre Empatia e Solidariedade.

Hoje venho contar um relato de um jovem, se juntarmos os três títulos percebemos onde se encaixam, principalmente quando colocamos em prática aquilo que carregamos dentro de nós mesmos e por descuido, orgulho ou egoísmo não as colocamos em prol do próximo.

Emerson, nos enviou um e-mail que diz estar muito feliz com a sua ação na última semana.

Estava ele caminhando em uma rua da cidade e observou que vinha um andarilho do outro lado da calçada em direção contrária à sua, o homem parou em um restaurante, porém quando pensou em adentrar ao recinto, alguns clientes o destrataram fazendo com que o homem desistisse e recuasse.

Muito abalado com a situação, o andarilho atravessou a rua em direção do jovem Emerson, que com a maior simplicidade parou e aguardou o rapaz atravessar a rua, o rapaz por sua vez chegou perto do jovem que e com os olhos cheios de lágrima falou ainda com a voz embargada:

“Cara não entendo, não é porque estou nesta situação que preciso ser humilhado deste jeito, eu só entrei ali para pedir algo para comer, não precisavam me tratar com desdenho.

Estou longe, muito longe de casa, na verdade a quilômetros de casa, pois um dia resolvi sair para tentar a sorte em outra cidade, deixando mulher e crianças para trás, mas com uma certeza e uma promessa na bagagem. A certeza de voltar e a promessa de dar uma vida mais justa a eles. Mas infelizmente o destino ainda não me permitiu.

Sabe hoje é aniversário da minha filha, continuou o rapaz a desabafar me olhando com admiração por eu ter parado e lhe dado atenção, deixei ele continuar seu relato, pois percebi a necessidade do desabafo e vi que realmente havia uma verdade em sua fala, então ele continuou:

Eu sou artista de rua, toco violão para ganhar um trocado até conseguir juntar e cumprir a promessa que fiz para minha família, mas por enquanto só me sobra para pagar uma hospedagem onde posso tomar um banho e dormir.

Infelizmente ontem não consegui nada, nenhum trocadinho então tive de dormir na rua pois não tinha dinheiro para me hospedar e para minha triste surpresa, ao acordar vi que haviam levado meu instrumento de trabalho, meu violão, meu amigo noturno, o único amigo que me traz esperança de conseguir algo melhor”.

Comovido e parado continuou ouvindo a triste história daquele rapaz que enquanto contava sua vida, chorava compulsivamente. Era nítido que ele não estava bêbado, muito menos drogado.

Perguntando onde ele costumava tocar, o rapaz apontou, na rua “x” próximo a padaria “tal”, ao lado do colégio “y”.

Emerson enfatizou: “Falei com ele que se ele tivesse fé as coisas mudariam e tudo daria certo” e, continuou “fui caminhando embora”…

“No caminho de casa resolvi passar na rua a qual dizia ele tocar seu violão, o que lhe fora roubado parei na padaria onde o rapaz havia comentado. E perguntei se o conheciam e se realmente ele tocava violão ali nas mediações. Então me confirmaram que sim, disseram que deram comida e água no dia anterior, frisando ainda que era cotidianamente, que tocava bem e que muitos gostavam dele devido a sua educação e simpatia. Então fui embora.

Chegando em casa e como de costume fui tomar um café e relaxar. Mas aquela história não saía da minha cabeça.

Foi quando levantei e resolvi tomar uma atitude!

Peguei o celular e comecei mandar mensagem para vários amigos, explicando a história e como poderíamos agir para fazer diferença na vida daquele rapaz.

Já fazia uma semana que não encontrava mais aquele rapaz, voltei na padaria e deixei meu número de celular, expliquei a história e pedi que me ligassem assim que ele aparecesse por lá.

Fiquei feliz, me ligaram da padaria e disseram que deram água e algo para ele comer, assim dará tempo de você chegar aqui e encontrá-lo!

Fui até lá, cheguei por volta das 20h30m.

Encontrei-o, olhei para ele cumprimentei e perguntei. O senhor se lembra de mim, ele disse, sim. Que não se esqueceria de uma pessoa que lhe deu o que ele mais precisava naquele momento “ATENÇÃO” apenas de atenção e você me deu.

Desta vez era eu! Com a voz embargada e com os olhos cheios d’água, olhei para ele e disse, pegue aqui, este é o endereço da loja, amanhã pode ir buscar seu violão.

O rapaz não sabia como agradecer, feliz da vida”.

Então Emerson para seu relato e nos diz, viu como funciona?

Sei que para muitos é difícil, mas veja quantas pessoas consegui mobilizar para fazer uma pessoa se sentir um pouco mais feliz!

Juntos somos mais fortes e podemos mudar o mundo!

É isso caro leitor.

Fica o exemplo de como juntos podemos fazer a diferença e “Pensar no Próximo”.

Empatia, Solidariedade e Humanidade

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