Thiago Assad: Paranaense no Mundial de Duathlon

É a arquitetura que é praticada nas horas vagas ou são as corridas de rua? Desde que formou-se arquiteto a dúvida ocupa o pensamento de Thiago Mattar Assad (27), Campeão Brasileiro de Duathlon 2009 e um dos donos do índice para o mundial da categoria, que acontece na cidade de Concord, Carolina do Norte (EUA), de 24 a 27 de setembro deste ano.

 

Atividades corriqueiras como ir à escola, brincar, lanchar e tirar sarro dos amigos estiveram presentes em sua adolescência, mas era nas competições esportivas, sob o codinome de “Turco”, que ele se realizava como garoto. Futebol? Os joelhos um pouco para dentro nunca permitiram. O forte foi sempre a corrida, gosto que surgiu, por incrível que pareça, nas pistas de MotoCross.

 

Para encarar as motos, que lhe deram o título de Campeão Paranaense 85cc (1997) em cima de Cristofer Nakele – na época, Campeão Paranaense de Supercross e sempre andando entre os três primeiros do Brasileiro – era preciso resistência física. Para isso: corrida!

 

Corrida de Rua

 

Com os treinamentos de resistência, específicos para as provas motorizadas, Thiago foi tomando gosto pela corrida nas ruas. Veio o vestibular, a faculdade de arquitetura, e as motos desligaram seus motores. Menos a corrida. Essa continuou acesa como hobby. O “Turco” corria, corria, corria tanto que às vezes até vomitava. O preparo físico sempre esteve em dia.

 

Pouco antes de formar-se arquiteto, em 2005, uma prova de corrida de rua no circuito de Curitiba aqui, outra ali, e o hobby tornou-se coisa séria. Oficialmente, desde aquele ano, Thiago participa de competições dos circuitos SESC e Prefeitura Municipal de Curitiba em corrida de 10 Km. Seu tempo gira na casa dos 34 minutos, próximo do recorde mundial, os 27m01s que pertencem ao queniano Micah Kogo. Só 7 minutos, “Turco”.

 

Duathlon: Corre 10 Km, pedala 40 Km e corre mais 5 Km

 

Em 2005 ocorreu também o primeiro contato com o Duathlon, em provas por equipe, nas quais um dos integrantes caía na água e Thiago corria. No mesmo ano, foi campeão da modalidade no circuito Triativa. Em 2006, interessou-se pelo trhiatlon. A primeira prova foi o circuito SESC Caiobá (PR): “Aluguei uma bike e fui por experiência”, diz o arquiteto-atleta, que confessa: “Nessa eu vomitei”.

 

A ascensão, para alguém que entrou tardiamente para o ramo dessas competições, foi rápida. No final de 2006, passou a integrar a equipe Be Happy de Trithlon (hoje INSPORT), de Curitiba.

 

Deixemos que o “Turco” conte uma de suas passagens: “Na prova de 2008 [SESC Caiobá (PR)], na minha categoria [25-29 anos], lembro que saí em 32º da água, para começar a correr. Terminei a prova em 5º lugar. Orgulho-me da recuperação que tive na corrida. Orgulho-me também de minha preparação para a prova, pois terminei como manda o figurino, sem vomitar”.

 

Mundial nos EUA

 

Pelo tempo médio de provas nacionais de Duathlon, Thiago percebeu que poderia atingir o índice para o Mundial. Decidiu participar da etapa brasileira por incentivo de colegas: “Você tem condições de encarar de igual para igual, foi o que me disseram. Passei a fazer treinos específicos, mas faltavam apenas dois meses e meio para a prova. Mesmo assim, achei que deveria encarar, por experiência. Fiz o tempo de 1h51m34s, três minutos mais rápido do que imaginava. E fui campeão”.

 

A viagem saiu do próprio bolso. “Não sou atleta ‘exclusivamente’ profissional. Tenho outras atividades diárias dentro de um escritório, senão não conseguiria pagar meus equipamentos e acompanhamentos médicos. O que tenho é uma parceria fixa com a academia INSPORT, uma ajuda custo em peças de reposição na Hunger Bikes e o apoio da nutricionista Paula Pizzatto”, lamenta o atleta não “exclusivamente” profissional.

 

Expectativas

 

Chances de Thiago ficar entre os primeiros? “A prova está muito em cima. Meu objetivo é fechá-la entre os dez primeiros. Na etapa brasileira, mostrei para mim mesmo que posso”, aposta ele.

 

Nos próximos sete dias vem a convocação oficial da CBTRI – Confederação Brasileira de Triathlon. “Já tinha sonhado em vestir um uniforme do Brasil, mas não imaginava isso acontecendo de verdade, pois comecei a competir mais velho. Vivo uma das melhores ‘notícias’ de minha vida. Vou para um país onde o esporte é valorizado, onde competirei com os melhores atletas, de diversos países. A ficha ainda não caiu, pode apostar”.

 

Patrocínios para a viagem

 

Até setembro Thiago Assad “Turco” espera fechar um pacote de patrocínio que cubra suas despesas de viagem. Alguns contatos já foram feitos, com resultado positivo, como o pagamento das passagens pela MCA Arquitetura.

 

A academia INSPORT e a Hunger Bikes também cobrirão despesas, assim como a Universidade Positivo (hospedagem), a Prefeitura Municipal da Lapa-PR e o vice-prefeito da Lapa Leandro Borges, mas ainda falta um bom tanto. Patrocinadores. Alou!

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