“Empurra-empurra” em relação à continuidade do uso do aterro da Caximba faz moradores da região sugerirem enviar lixo para a Lapa.
Representantes da comunidade da Caximba, em Curitiba, foram à Câmara de Vereadores de Curitiba mostrar a cor escura da água que é consumida na região, por conta da proximidade com o aterro que recebe cerca de 2,4 mil toneladas de lixo por dia.
Segundo os moradores, pode haver contaminação do lençol freático porque a proteção no solo é precária, o que já foi afirmado pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP).
Os vereadores participantes da Comissão Especial do Lixo da Câmara de Vereadores se comprometeram a cobrar da prefeitura e do Consórcio Intermunicipal para Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos medidas compensatórias para os moradores da Caximba, que convivem há duas décadas com os incômodos causados pela proximidade do aterro. Uma audiência pública em horário e dia escolhidos pela comunidade deve acontecer com os vereadores no local ainda no fim deste ano.
Os moradores reclamam do plano de encerramento do aterro da Caximba, proposto pela prefeitura, e que prevê a reconformação do aterro, colocando mais lixo em cima de uma área que já estava desativada.
A reclamação é de que isso vai acontecer a apenas 190 metros da creche municipal do bairro e a menos de 500 metros de duas escolas e de uma igreja, o que é contrário à legislação ambiental, de acordo com o presidente da Associação de Defesa da Cidadania e do Consumidor (Adecon), Jadir Lima.
Nova área
Sobre a nova área a ser escolhida para receber o lixo de Curitiba e municípios da região metropolitana, o vereador Roberto Hinça (PDT), da Comissão do Lixo, afirmou que a tendência é que o local não fique em Curitiba.
Lima alega que existem outros aterros sanitários próximos de Curitiba, como em Mafra (SC) e na Lapa (PR), que poderiam ser utilizados. “Não é por falta de opção que a Caximba vai continuar por mais um ano”, protesta. Hinça afirma ainda que a continuidade de utilização da Caximba até novembro do ano que vem, negada pelo IAP, mas autorizada pela Justiça, era inevitável, já que havia pareceres de técnicos do próprio IAP validando a decisão.
Na Lapa
A Tribuna Regional conversou sobre o assunto com o Diretor de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal da Lapa, Heitor Leonardi. Segundo ele, até o momento ninguém entrou em contato com o Executivo Municipal para falar sobre o assunto. No entanto, ressaltou é bastante improvável de a Lapa receber o lixo de Curitiba e região metropolitana. O diretor de meio ambiente afirmou ainda que o aterro municipal não tem capacidade para atender tamanha demanda. O aterro da Lapa foi projetado para a realidade do município e não poderia atender uma região tão grande. A durabilidade do aterro lapeano é de 20 anos.