Durante quase um mês estamos sendo diariamente  bombardeados com notícias sobre a Assembléia Legislativa do Paraná. A Gazeta do Povo e a RPCTV estão prestando um serviço inestimável ao expor  a podridão na AL. O jornal teve muita coragem em mexer na caixa preta da Assembléia, com tantas denúncias contra os deputados e seus representantes.

Mas o que deixa os cidadãos que estão acompanhando o caso mais indignados é que é bem possível que, depois que  a Gazeta do Povo e a sociedade parem de observar o que se passa na Assembleia, as contratações de “fantasmas” voltem a acontecer.

E na última quarta-feira falando do plenário, de onde não podia ser questionado sobre pontos importantes na série de denúncias que envolvem a Assembleia, Nelson Justus não tocou em  questões importantes. Não explicou por que Assembleia mantinha os diários oficiais inacessíveis, por que há 2.178 atos secretos, quem ficou com o salário de funcionários fantasmas e laranjas, como e para quem foram feitos 641 pagamentos que somam R$ 59,6 milhões, por que o Legislativo contratou 1,8 mil pessoas em três anos e como os setores mais importantes da Casa – Presidência, primeira-secretaria e direção geral – reuniam até mais de uma centena de funcionários no espaço de pequenas salas.

E presidente da Assembleia disse ainda que  o julgamento dos deputados será nas eleições de outubro. Que ironia… Os cidadãos que acompanham os fatos, que estão indignados com o que está  sendo mostrado e que não se sujeitaram a ser “fantasmas”, esperam que realmente a população não tenha memória curta e não reeleja a bandalheira que está na política paranaense.

O Ministério Público está investigando as denúncias. Já são 20 inquéritos Dezessete promotores e procuradores de Justiça trabalham no caso. A Polícia Federal também investiga as irregularidades.

Como se vê, as denúncias não são poucas. Os diários secretos mostram que a assembléia contratou 1,8 mil pessoas em três anos e que os três principais departamentos – a Presidência, a Diretoria-Geral e a Primeira Secretaria da instituição têm até nove vezes mais funcionários do que o regulamento interno determina. Todos foram demitidos, mas serão recontratados em maio. A “demissão” em massa parece muito mais uma forma de despistar a opinião pública do que resolver o problema dos roubos e do uso indevido do dinheiro público. O apoio de vários deputados ao presidente da Casa, demonstra que há muita sujeira debaixo do tapete da AL.

Há indícios de nove crimes cometidos pela Assembléia ao longo dos anos, entre eles, formação de quadrilha, peculato e desvio de dinheiro público. O orçamento anual do Legislativo é  de R$ 319 milhões.

Várias instituições, estudantes e partidos  políticos pedem o afastamento de toda a diretoria da Casa durante as investigações. No entanto, até os próprios deputados já estão fazendo discursos inflados para defender toda a diretoria da AL.

Este ano teremos eleição dos deputados estaduais, federais, senadores, governador e presidente. Precisamos procurar conhecer bem todos os atuais e de preferência não reelegê-los. Muitos já estão no mandato há vários anos. E suportamos calados a ação de malfeitores vestidos de nossos representantes. O pior de tudo é que eles deixam herdeiros. Mesmo depois de mortos, as famílias continuam a usufruir de uma vida nababesca com o nosso dinheiro.

Os cidadãos esperam que o Ministério Público tenha rigor em investigar e denunciar os culpados. Que acabe em rodízio de pizza na política paranaense.

Povo do Paraná: lembre-se que este ano é ano de eleição! Daqui a alguns dias muitos estarão pelas redondezas, com  seus cabos eleitorais, visitando sua casa e pedindo votos como se fossem as pessoas mais preocupadas com o povo. Analise as pessoas que os  apóiam. Não se deixe enganar pelos discursos.