E se foram 4 meses…

Nesta semana recebemos mais uma carta de amigos, nos confortando pela perda de Aramis Gorniski. Quem nos enviou palavras de conforto foi o casal Mário e Rilda Mendes.

Eles nos encaminharam, além bonitas lições  espíritas, um recorte de jornal com a notícia de Paulo Pimentel sendo homenageado no Senado da Câmara Júnior.

No recorte de jornal está a fotografia dos  membros da Câmara Junior entregando a homenagem a Pimentel. Entre eles,  Aramis Gorniski, ainda jovem, magro e ativo nas atividades lapeanas.

E essa carta dos amigos Mário e Rilda chegou justamente à redação da Tribuna na semana em que se completa quatro meses de falecimento do Aramis. No dia 15, sábado, completa-se quatro meses de sua ausência.

Sim, a tristeza bate, a saudade aperta… Mas ao mesmo tempo, tudo o que ele fez em vida continua nos reconfortando. Seja através da amizade das pessoas que ainda nos enviam palavras de conforto. Seja por meio da aproximação de pessoas que conviveram com ele e nem conhecíamos. É o caso do Dr. Edson Sá, que está  da Defensoria Pública da Lapa. Dia desses entrei em contato com ele e, conversa vai, conversa vem, ele descobriu que sou filha de Aramis.

Surpresa boa para mim e para ele. Para ele, por ter sido amigo de meu pai e seu professor. Para mim, por conhecer, mesmo que pelo telefone, uma pessoa que tem mais a me contar sobre meu pai. Que tem um entusiasmo contagiante e faz parecer que ele está nos enviando a mensagem, seja de onde estiver: “não desista, se entusiasme, há muito o que fazer ainda”.

E realmente há. Há este jornal a levar adiante. Não do mesmo modo que ele, pois somos diferentes. Mas procurando não esquecer de suas lutas, do verdadeiro sentido do jornalismo, de sua coragem…

Mas levar adiante este seu legado não é tão simples quanto parece. Não é simples, pelo simples fato de ele não estar mais aqui com sua presença física, sua força, sua companhia.

Por isso, acredito que dentre as mensagens  enviadas pelos amigos Mário e Rilda, a que mais nos conforta nesta semana é a do Irmão Saulo, A Dor e o Tempo:

“As coisas naturais são constantes lições de paciência ao nosso redor. Tudo no mundo nos ensina duas lições fundamentais: a da evolução e a da imortalidade. Porque tudo se desenvolve em direção ao futuro e tudo morre para renascer. A Ciência reconhece que nada se perde, tudo se transforma. A Filosofia, mesmo em suas correntes mais atuais e mais negativas, reconhece a evolução geral e  admite que o homem é um pro-jeto, ou seja, uma flecha que atravessa a existência em direção a um alvo superior…

Se nos recusamos a entender as lições que nos rodeiam e as que brotam do fundo de nós mesmos é porque, segundo explica a questão 739 de O Livro dos Espíritos: ‘Durante a vida o homem relaciona tudo ao seu corpo’. Mas, diz a mesma questão: ‘após a morte pensa de outra maneira’. Apegados ao corpo, limitados pelas percepções físicas, avaliamos a dor pela medida do tempo. Entretanto, os Espíritos nos lembram, nessa mesma questão: ‘Um século do vosso mundo é um relâmpago na eternidade’.

Jesus nos ensinou, por isso, o desapego, advertindo: ‘Quem se apega à sua vida perdê-la-á’. Maria Dolores se comunica em poesia para nos tocar ao mesmo tempo o sentimento e a razão.  É a mesma técnica usada por Jesus nas parábolas e na poesia do Sermão do Monte. A didática moderna confirma a eficiência desse método que nos relaciona com as coisas naturais, que se serve do estímulo do ambiente, da lição das coisas concretas para nos levar à compreensão do sentido da  vida.

A dor, ensinou Léon Denis, discípulo e sucessor de Kardec, é uma lei de equilíbrio e educação. A Psicologia moderna comprova que aprendemos através de tentativas frustradas, de ensaios sucessivos. É por meio de erros que chegamos ao acerto. A sabedoria popular nos diz: ‘O que arde cura, o que aperta segura’. As pessoas inquietas perguntam por que há de ser assim, porque Deus não nos  criou perfeitos e bons. Mas Rousseau já ensinava que tudo sai perfeito das mãos do Criador. A perfeição inclui também o livre arbítrio, pois só  através dele chegamos à consciência plena. A dor de um minuto nos desperta para a felicidade sem limites, como a ventania de um instante limpa a atmosfera por muitos dias.”

Quero agradecer, através deste Bate Papo, as palavras recebidas e o recorte de jornal com a foto de Aramis. Lembranças boas, lembranças dele nos contando as lutas da Câmara Júnior com ar entusiasmado, com amor pelo que fazia.

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“Homem é espírito eterno. Seu corpo é vestuário que a alma usa na Terra, em caráter temporário”. (José Fuzeira)

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