Mais reclamações da Saúde Municipal: quando virão as soluções?

Não é de agora que recebemos reclamações sobre  a situação da saúde pública na Lapa. E não é um problema exclusivo a esta ou àquela gestão. No entanto, temos recebido constantemente reclamações, e o pior: versando sobre o mesmo tema.

Na manhã de quinta-feira, conversei com a lapeana Cleusa da Silva. Ela queria fazer uma reclamação sobre o atendimento no Pronto Atendimento Municipal. Segundo Cleusa, sua mãe, já  de idade, moradora do Rio da Areia, estava em sua casa e precisou consultar no Posto do CAIC. Isso aconteceu na terça-feira, dia 11. Após a  consulta, voltaram para a casa de Cleusa. Mas, na quarta-feira, por volta das 13h, sua mãe começou a passar mal. Notando a gravidade, decidiram levá-la diretamente ao PA. E chegando ao local Cleusa foi até a  atendente solicitar atendimento. Sua mãe já passava mal e não conseguia  andar. Nisso a funcionária disse à cidadã que ela precisava ir até o Posto, nos fundos do PA, para receber atendimento, pois ali só podiam atender emergências. Cleusa pegou então sua mãe no colo e a levou até o posto. Chegando lá, foi atendida e orientada a retornar ao PA, pois se tratava, sim, de caso de emergência.

No entanto a funcionária ainda assim relutava a atender a senhora. Já indignada, como ficaria qualquer cidadão na situação, Cleusa insistiu no atendimento para sua mãe. E, após muita insistência, conseguiu-se que o médico realizasse o atendimento. Mas é bom ressaltar: segundo Cleusa o atendimento por parte  do médico e enfermeiras foi muito competente.

Dada a gravidade do caso, encaminharam a senhora para o Hospital São Sebastião que, por sua vez, a encaminhou para Campo Largo. Porém, na chegada à cidade de Campo Largo, a mãe de Cleusa sofreu uma parada cardíaca e entrou em coma. No hospital foi levada imediatamente à UTI. Segundo quem a atendeu no São Sebastião, a mãe de Cleusa deveria ter vindo antes para o hospital tendo a possibilidade de receber atendimento adequado e evitar a parada cardíaca.

Mas, infelizmente, enquanto a Cleusa me relatava a situação, recebeu ligação informando do falecimento de sua mãe…

Onde quero chegar com este relato? Não pretendo crucificar ninguém e alegar que a mãe de Cleusa faleceu única e  exclusivamente por conta do atendimento mal feito pela atendente do PA.  No entanto, numa situação destas, que qualquer um de nós está sujeito a  passar, fica a sensação de que não foi feito tudo o que era possível para salvar uma vida. E o pior, não foi feito todo o possível por profissional da área de saúde, que deveria estar preparada para realizar  um bom atendimento, trabalhar com pessoas, com humanos.

Outra vez contei no jornal, não em detalhes, mas relatei o mau atendimento prestado, também no PA Municipal, a uma amiga. Falta de tato, de educação, de sensibilidade. Até escrevi que talvez fosse falta de educação de berço. No entanto, estou começando a acreditar que estou enganada… Será que a falta de educação de berço seria geral ou o problema é outro e bem mais sério?

Mas, os problemas não param por aí… Quem  dera se parassem! Outro ponto problemático é a situação das ambulâncias. Precisa-se delas e o que se escuta é que estão todas ocupadas. Nesta semana, o pai da Izabel Baggio precisava de ambulância para retornar do HC. Ele está com problemas sérios de saúde. Quando solicitada informação na Central do motivo da demora da ambulância, foi informado que havia acontecido um acidente grande na Lapa e todos veículos estavam ocupados. Acidente grande?! Nos informamos e descobrimos que o único acidente ocorrido foi o de uma moto que bateu num carro… Será que para atender essas vítimas precisava-se de todas as ambulâncias do município?

E o outro questionamento: onde está a ambulância semi UTI da Lapa? Quem está utilizando? Até o momento não a vimos realizando nenhum atendimento que precisava de UTI…

Relato os fatos em forma de desabafo. Hoje  não estou precisando da saúde municipal. Mas em algum momento precisarei dela. Vou ter que esperar até lá para me indignar? Não, espero que não. Sei que deixar o sistema perfeito é impossível. No entanto, há algo de errado no contexto para existirem reclamações constantes e sempre em relação ao mesmo tema…

E outro detalhe que podemos analisar. Muitos cidadãos argumentam que o atendimento no São Sebastião não está bom. Mas, perguntei à Cleusa de que forma ela foi atendida no Hospital Regional. E ela me respondeu prontamente: “lá o atendimento foi rápido e  muito bom!”. Será que não está na hora dos que se incomodam tanto com a  situação do São Sebastião começarem a observar e arregaçar as mangas para melhorar a saúde municipal?

Fica aí a sugestão…

Você não tem nada a ver com isso? Eu tenho, pois um dia precisarei do PA. Um dia precisarei de ambulâncias. Um dia precisarei de UTI.

Please follow and like us: