No dia 26 de maio iniciou-se a Campanha Estadual contra a doença. Fique atento aos sintomas e não deixe de se tratar.
A hanseníase, conhecida oficialmente por este nome desde 1976, é uma das doenças mais antigas na história da medicina. Trata-se de uma doença que qualquer pessoa pode ter, adulto ou criança.
A doença é transmitida pelo bacilo de Hansen, o Mycobacterium leprae, um parasita que ataca os nervos, dificultando os movimentos das mãos, dos pés e dos olhos, além de causar amortecimentos, mas pode afetar outros órgãos como o fígado e os testículos. Não é, portanto, hereditária.
Com período de incubação que varia entre três e cinco anos, sua primeira manifestação consiste no aparecimento de manchas dormentes, de cor avermelhada ou esbranquiçada, em qualquer região do corpo. Placas, caroços, inchaço, fraqueza muscular e dor nas articulações podem ser outros sintomas.
Com o avanço da doença, o número de manchas ou o tamanho das já existentes aumentam e os nervos ficam comprometidos, podendo causar deformações em regiões, como nariz e dedos, e impedir determinados movimentos, como abrir e fechar as mãos. Além disso, pode permitir com que determinados acidentes ocorram em razão da falta de sensibilidade nessas regiões.
Mas se tratada no começo não causa deformações e nem deixa marcas. E só é contaminado pelo micróbio quem convive por longo tempo com pessoas que são portadoras das formas contagiosas da hanseníase e não estão em tratamento.
Fique atento a alguns sinais de alerta: manchas que são amortecidas e não “pegam pó”, não suam e às vezes perdem os pelos; caroços que não coçam, alguns aparecem e somem inclusive na orelha; dificuldade para segurar objetos; tropeçar com frequência; bolhas que aparecem nos braços e mãos; feridas nas solas dos pés.
Se aparecer alguns desses sintomas, procure o Posto de Saúde ou converse com um Profissional de Saúde. Se necessário será agendada uma consulta.
O diagnóstico consiste, principalmente, na avaliação clínica: aplicação de testes de sensibilidade, força motora e palpação dos nervos dos braços, pernas e olhos. Exames laboratoriais, como biópsia, podem ser necessários.
A Hanseníase é tratada pelos Profissionais da Saúde do SUS e o tratamento é gratuito. Além de receber os remédios o paciente terá orientação sobre como se cuidar e seus familiares também serão examinados.
Esta doença é capaz de contaminar outras pessoas pelas vias respiratórias, caso o portador não esteja sendo tratado. Entretanto, segundo a organização Mundial de Saúde, a maioria das pessoas é resistente ao bacilo e não a desenvolve. Aproximadamente 95% dos parasitas são eliminados na primeira dose do tratamento, já sendo incapaz de transmiti-los a outras pessoas. Este dura até aproximadamente um ano e o paciente pode ser completamente curado, desde que siga corretamente os cuidados necessários. Assim, buscar auxílio médico é a melhor forma de evitar a evolução da doença e a contaminação de outras pessoas.
O tratamento varia de 6 meses a 1 ano, mas é importante que não se abandone o tratamento e se siga as orientações da Equipe de Saúde.
A pessoa portadora da doença poderá trabalhar e levar sua vida normalmente. Não é necessário o isolamento do paciente. Aliás, a presença de amigos e familiares é fundamental para sua cura. Durante este tempo, o hanseniano pode desenvolver suas atividades normais, sem restrições. Entretanto, reações adversas ao medicamento podem ocorrer e, nestes casos, é necessário buscar auxílio médico.
A Hanseníase tem cura há muito tempo. E quanto mais cedo for tratada menor a chance de causar deformidades. Para curar, é só tratar!
Importante saber
Segundo a OMS, nosso país é líder mundial em prevalência da hanseníase. Em 1991, foi assinado pelo governo brasileiro um termo de compromisso mundial, se comprometendo a eliminar esta doença até 2010. Entretanto, a cada ano, há mais de quarenta mil novos casos tendo, entre eles, vários indivíduos em situação de deformidade irreversível.
“Lepra”, designação antiga desta doença, era o nome dado a doenças da pele em geral, como psoríase, eczema e a própria hanseníase. Devido ao estigma dado a esta denominação e também ao fato de que hoje, com o avanço da medicina, há nomes apropriados para cada uma destas dermatoses, este termo deixou de ser utilizado (ou, pelo menos, deveria ter sido).