A importância da Comunicação

Não, caro leitor. Não irei abordar nesta edição a importância de você ler a Tribuna ou qualquer outro jornal que seja. Nesta semana quero trazer um tema que muitas vezes nem nos damos conta da importância. É a comunicação. A comunicação entre as pessoas. Como está a qualidade dela em nossas relações.

As perguntas “o que?”, “por quê?”, “quando?”, “como?”, “onde?” e “quem?”, são aliados não somente na estruturação do lead jornalístico – aquele texto introdutório de toda matéria. São aliados que possibilitam que consigamos realmente aprender o  que desejamos e a expressar tudo isso.

As pessoas à sua volta sabem exatamente o que você deseja, o que lhe satisfaz e o que lhe desagrada por algum motivo? Muitas vezes, não. E como você se sente quando alguém lhe faz ou  diz algo ao contrário do que você gostaria que fizessem ou falassem?

Pare para analisar e perceba que este é um  grave problema que afeta grande parte da humanidade. Apesar da grande evolução tecnológica disponível, falta comunicação, diálogo.

Essa falta causa tantos problemas, rupturas e rompimentos entre pessoas, organizações e até mesmo entre nações. Para se ter uma ideia do que estou falando, vou contar uma história que me foi entregue sem citação de autoria. Ela irá ilustrar para você exatamente como isso acontece. É uma cena comum na vida real.

“Certa vez um casal tomava o café da manhã  no dia de suas bodas de ouro. A mulher passou manteiga na casca do pão e  entregou para o marido, ficando com o miolo.

Ela pensou: ‘Sempre quis comer a melhor parte do pão, mas amo demais meu marido e, por cinquenta anos, sempre dei o miolo a ele. Mas, hoje quis satisfazer meu desejo. Acho justo que eu coma o miolo pelo menos uma vez na vida’.

Para sua imediata surpresa, quando entregou a casca do pão ao marido, seu rosto marido abriu-se num sorriso  sem fim e ele disse:

– Muito obrigado por este presente, meu amor. Durante cinquenta anos sempre desejei comer a casca do pão, mas como você sempre gostou tanto dela, jamais ousei pedir!”

Essa história ilustra de certa forma o que  acontece em nossos dias. Temos à nossa disposição a internet, telefones  sofisticados e até mesmo o velho e bom correio. Mas todos os meios de comunicação à nossa disposição muitas vezes não são suficientes para nos  comunicarmos cada vez mais.

Deixamos cada vez menos que os outros saibam de nós, o que realmente queremos, sentimos e desejamos. Da mesma maneira agimos assim em relação ao que os outros têm para nos dizer.

Cada vez mais ficamos à mercê da correria da vida moderna, sem nos darmos uma oportunidade de nos comunicar com o mundo à nossa volta. Então, não deixe de se comunicar com as pessoas hoje! Mas, é importante ressaltar que da comunicação também faz parte o silêncio. Sim! O silêncio para ouvir o outro dizer “onde, quando, por quê, como…”

E ouro detalhe que muitas vezes esquecemos: para que haja comunicação de qualidade é preciso clareza. E para que haja clareza é necessária a sinceridade. Que falta ela faz em nossa realidade, não?!

Num ano em que teremos eleições e com tantos escândalos políticos, seria bom se os eleitores pudessem ter realmente uma comunicação eficiente com seus candidatos. Que houvesse reamente sinceridade. Que eles ouvissem e compreendessem. E, porque não?, aplicassem. E que os eleitores compreendessem que, muitos dos que estão no governo, não nos serviriam se fossem nossos empregados. Não honram o que recebem e não tem capacidade de diálogo, de comunicação.

E, pena, muitos eleitores também não têm capacidade de serem sinceros. Vendem o seu voto. Esquecem que nos anos seguintes poderão padecer por uma saúde precária, educação de má qualidade, falta de segurança e muitas outras conseqüências.

Mas, infelizmente, o ser humano ainda precisa evoluir muito para compreender a importância das perguntas tão essenciais do jornalismo. Somente a tecnologia evoluiu, nós não.

-o-o-

“Quanto mais esquecido de si mesmo está quem escuta, tanto mais fundo se grava nele a coisa escutada.” (Walter Benjamin – Filósofo alemão)

Please follow and like us: