Médicos não assumem compromisso com seus pacientes…

Preciso relatar os fatos para que nenhuma mãe ou pai enfrente essa dor eterna da perda de um ente querido por negligência e falta de relação médico/paciente.

Em minha mão direita, sobram dedos para representarem médicos que realmente se importam com seu paciente. Isso observei em anos trabalhando na área da saúde.

Mesmo assim, nós depositamos confiança nesse profissional. Erro grave que jamais voltarei a cometer. Fico pensando quantas vidas se foram pela falta desse envolvimento do médico e paciente… Basta verificar como acontecem as consultas hoje. O médico se preocupa com o relógio, atende às pressas. Esqueceu do juramento de Hipócrates ou da importância do ser humano, que depende da sua arte da cura.

Minha filha Daphne, com 7 anos de idade, foi atendida no setor de pediatria da Lapa no dia 18 de agosto passado. Ali, o médico sequer a examinou, mas no prontuário relatou uma ausculta pulmonar que não aconteceu. Simplesmente a atendeu sem levantar- se do lugar. Seria a palavra da mãe, contra um médico sem consciência.

No decorrer dos dias, notei que minha filha não estava apresentando melhora e andava sonolenta (a bula do medicamento prescrito relatava essa possível reação). Mas eu não quis questionar o procedimento desse profissional, no qual depositei confiança.

Levei-a então ao Pronto Atendimento Municipal na manhã do dia 21 de agosto, devido a irritação na garganta e à tosse causada aparentemente pela irritação, apresentando um episódio de emese (vômito). Desta vez foram prescritos medicamentos que novamente foram expelidos por um novo episódio de emese. Mais tarde retornei ao PA municipal em busca da hidratação e medicamento injetável para, após, seguir com medicamento por via oral. Por mais uma vez confiei no empenho do médico. Durante o procedimento fiquei tranquilizando minha filha que estava com medo da agulha.

Após aplicação de venóclise (soro) e dos medicamentos injetáveis, minha filha não apresentou melhora. Então houve a decisão da médica de plantão na transferência ao Hospital São Sebastião. Lá ela foi atendida por três médicos, que afirmaram a alta dosagem de certo medicamento, aplicado no PA. Me alertando sobre a evolução importante que poderia ocorrer no seu quadro, de rigidez e dor na parte posterior do pescoço,  os médicos me tranqüilizavam contando casos semelhantes que atenderam e nos quais houve melhoras. Isso aconteceu mesmo diante da minha insistência na atenção à dor importante que iniciou na região abdominal.

Mais uma vez confiei…

Sabemos que o agravo de determinadas doenças se fazem com sintomas aparentemente simples, mas que requerem investigação e exames mais precisos. Já no início o profissional tem que estar preparado, ciente e olhar “lá na frente”, para evitar complicações.

Esperaram demais. Teriam que verificar os exames, que apresentaram resultados negativos. Os quais, creio eu, foram mascarados de alguma forma, por conta dos medicamentos ministrados. Quando decidiram pela transferência ao Hospital Pequeno Príncipe, já havia se tornado tarde demais.

O caso evoluiu a óbito de minha filhinha Daphne. E o médico afirmou não saber o diagnóstico.

Alguns dias após,  em conversa com um dos médicos que a atendera, lembrando do que me dissera, contestei o diagnóstico do atestado de óbito. O médico por mais uma vez afirmou seu desconhecimento e disse que solicitou auxílio de outros colegas para o preenchimento do documento, sem a afirmação ou confirmação do diagnóstico, que se tornara um ponto de interrogação à sua pessoa.

A grande verdade, é que todos nós, cidadãos lapeanos, estamos correndo sérios riscos se necessitarmos de atendimento na saúde do município.

Estaremos nas mãos de Deus, pois observei com toda certeza a falta de recursos, inclusive o atendimento de alguns médicos não preparados para prestar consultas às crianças.

A desvalorização imposta através da Prefeitura Municipal e Secretaria de Saúde, não deveria, mas, contribui na baixa auto estima dos profissionais de saúde em geral, os levando a trabalhar sem ânimo e sobrecarregados.

Faça o que se fizer, sei que não vai trazer minha filha Daphne de volta.

Não quero nada, não quero prejudicar ninguém. Somente solicitar o bom atendimento a todos que necessitam da saúde do município. Lutar pelo bom relacionamento médico/ paciente e para que outros pais não sofram o que nossa família está sofrendo.

Soube de muitos possíveis casos que ocorreram com outras pessoas e que foram abafados.

Iniciarei o movimento pacífico de conscientização e resgate na relação médico/paciente em prol da vida.

Contato:

samuelsaanhu@yahoo.com.br

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