Lapeana chega à semifinal da Olimpíada da Língua Portuguesa

Aluna do Colégio Trajano Ehlke Pires chegou a semifinal da Olimpíada, tendo ficado entre as 125 melhores crônicas do Brasil.

O Colégio “Trajano Ehlke Pires”, da localidade de Alves Cardosos, na Lapa, é destaque na Olimpíada de Língua Portuguesa edição 2010. A escola se inscreveu no desafio e foi classificado com o texto da aluna Scheila Tatiane Teider, orientada pela professora Josiane Lourenço.

O concurso “Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro” recebeu 17.700 textos vindos de 4.770 municípios brasileiros. Dentre tantas produções textuais, a qualidade do ensino do colégio Trajano Ehlke Pires se destacou, por meio do texto de Scheila, entre as 125 crônicas semifinalistas em todo o Brasil.

Tudo isso só aconteceu por conta do incentivo à participação dos alunos nos diversos desafios que olimpíadas de matemática, português, astronomia, entre outras, oferecem aos estudantes. A direção e os professores buscam, constantemente, incluir os alunos nestes projetos, para que possam demonstrar seu conhecimento e perceber que é possível chegarem mais longe.

O próximo passo para a aluna Scheila é o encontro com os vencedores, que será realizado nos dias 3, 4 e 5 de novembro, em Curitiba, onde serão escolhidos os finalistas do concurso. A escola Trajano, a comunidade de Alves Cardosos e todos os lapeanos ficarão na torcida para que a qualidade de ensino da Lapa seja reconhecida em mais uma etapa da olimpíada.

Segundo o diretor da escola, Neri Bortolanza Jr., “a conquista da primeira etapa, pela professora Josiane e a aluna Scheila, reflete o trabalho conjunto entre todos os funcionários do Colégio”.

Foto: A aluna Scheila Tatiane Teider, orientada pela professora Josiane Lourenço, está classificada para a semifinal da Olimpíada de Língua Portuguesa do Brasil.

Crônica: Em busca da sorte

Era domingo, na comunidade dos Prestes, todos estavam animados, pois era a festa do padroeiro, que acontece uma vez ao ano. Por sorte, ou ajuda de Deus, estava um sol muito forte, sem risco de chuva. Eu ajudava nos preparativos da festa, era uma correria só, gente pra lá e pra cá, de um lado para outro, parecia um formigueiro. Ninguém reclamava, ao contrário, todos estavam entusiasmados e ansiosos pela realização da festa.

No meio daquela correria, vi uma menina andando em minha direção. Observei que era uma criança humilde, com roupas simples e um olhar triste. Já tinha a visto antes, na igreja, mas não sabia seu nome. Ao chegar mais perto de mim, envergonhada perguntou:

– Posso fazer alguma coisa para ajudar?

Aquela pergunta me surpreendeu, jamais pensei que uma menina tão simples quisesse ajudar. Respondi num impulso:

– Claro que sim. Você sabe vender rifa?

– É a rifa daquela bicicleta? Eu sei.

Entreguei-lhe o bloco de rifas, que ela pegou e saiu correndo, sem me dar tempo de perguntar-lhe seu nome.

Depois de algum tempo, com a festa em pleno vapor, e eu apurada vendendo fichas para salgados, senti um puxão na blusa. Me virei rápida e dei com a menina me entregando o bloco de rifas e o dinheiro. Percebi, surpreendida, que ela deixou um bilhete sem vender. Lhe agradeci e perguntei seu nome:

– Maria de Lurdes, diz ela e sai se retirando.

Não pude lhe dar atenção, pois tinha muita gente esperando para comprar fichas. Com o canto do olho, vi que ela saiu triste.

Quase ao final da festa, veio uma das pessoas pegar a rifa para sortear. Como faltava um bilhete para vender, resolvi comprá-lo para Maria de Lurdes, como sinal de agradecimento.

A festa foi um sucesso. Tinha gente de todas as comunidades da redondeza. Ao anoitecer, todos se reuniram no salão para o sorteio da rifa.

Uma senhora é chamada para retirar o bilhete premiado. Ao ser anunciado o nome do ganhador, me sobe um arrepio: “Maria de Lurdes”. Como ninguém se apresentou para receber o prêmio, o animador chamou novamente.

Procurei em meio à multidão e vi Maria de Lurdes olhando assustada para mim. Então, fui até ela e disse:

– Você ganhou a bicicleta.

– Mas eu não comprei bilhete, porque não tinha dinheiro.

– Eu comprei para você, pois você ajudou muito vendendo aquela rifa. Vá receber seu prêmio, você merece!

Nesse momento, vi no rosto daquela criança, o sorriso mais puro e o olhar mais sincero de agradecimento.

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