Quantas vezes somos capazes de escolher uma missão de vida, sem esperar absolutamente nenhuma recompensa em troca?

Sabe aquela máxima da doação pessoal: “Fazer o bem sem olhar a quem”? Até quando as pessoa beneficiadas com o bem não reconhecem o feito, muito menos quem o fez? Pois é. Você acredita que possam existir pessoas assim?

Infelizmente, existem… Conta uma história que, certa vez, havia uma família que estava passeando na praia e as crianças estavam tomando banho de mar e fazendo castelos na areia, quando, ao longe, apareceu uma velhinha.

Seu cabelo grisalho esvoaçava ao vento, suas roupas eram sujas e esfarrapadas. Resmungava qualquer coisa, enquanto apanhava coisas da praia e as colocava em um saco.

Os pais chamaram as crianças e lhes disseram para ficar longe da velha. Quando ela passou, curvando-se de vez em quando para apanhar coisas, sorriu para a família e a cumprimentou, mas seu cumprimento não foi correspondido.

Muitas semanas mais tarde, souberam que a velhinha dedicara a vida à cruzada de apanhar caquinhos de vidro da praia para que as crianças não cortassem os pés.

São assim as obras de quem se dedica a cada dia construir um mundo um pouco melhor, não para si, pois não tem pretensão de viver em castelos de mármore. Mas para seus semelhantes.

A intenção de trazer esta história não é chocar as pessoas com as mazelas da vida. É apenas fazer refletir, lembrar de quantas vezes você já catou caquinhos de vidros para os outros não se ferirem e não teve nem seu cumprimento correspondido.

Também podemos muitas vezes simplesmente estar do outro lado dessa história, no lugar da família no passeio.

O nosso esforço e a nossa missão deveria ser, a cada novo dia, se aproximar mais da catadora de vidros. Sem nos importarmos com o que pensa a família na praia. Mas, esta é uma missão que não se pode tentar cumprir sozinho. Muitas vezes precisamos de ajuda. Quem sabe alguém para ajudar a arrastar o saco de cacos de vidro pela praia.

O que vale é a missão a ser cumprida!

E se você fez e não foi reconhecido por isso, tudo bem. Sua consciência é o que realmente importa.

Se você recebeu o bem e não agradeceu por isso, lembre-se: não importa o quanto estão boas ou o quanto estão ruins as coisas, acorde todo dia agradecido pela sua vida. Logo ali, alguém, em algum lugar está desesperadamente lutando pela própria vida.

Então, invés de pensar naquilo que falta a você, tente pensar em tudo aquilo que você já tem e que quase todo mundo sente falta.

Nesta edição, você pode conhecer um pouco mais sobre o Amor Exigente, um programa que visa estender a mão aos dependentes químicos e seus familiares. A iniciativa de criar o grupo na Lapa é do advogado Dr. Valério Schmidt. É um trabalho como o da senhora da história, pode parecer pequeno em meio a tantos casos de drogadição, famílias destruídas por conta do tráfico de entorpecentes, mas é essencial. De grande relevância para que, aos poucos, a realidade social mude para melhor. Se você se interessa em fazer a sua parte e tem o perfil, não deixe de estender a mão e oferecer auxílio! A sociedade agradece, seus familiares agradecerão!

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“Não importa qual é a aparência externa de uma experiência; há ouro da alma lá, em algum lugar. Encontre-o.” (Victória Moran)