Quem julga os juízes?

A Revista Veja trouxe na sua última edição um questionamento acerca do comportamento de duas juízas. Uma delas demorou mais de 15 dias para liberar uma menina de 15 anos que ficou presa numa cela comum, sendo abusada durante todo o período. Outra juíza recebeu 450 mil reais em propina para dar uma sentença favorável a um traficante. Uma delas recebeu como punição a aposentadoria compulsória (obrigatória), mas recebendo o mesmo salário de quando estava na ativa. A outra juíza também teve a sua aposentadoria como compulsória, mas recorreu, recebeu dois anos de suspensão, mas nem isso está bom, e vai recorrer da decisão.

Não queremos questionar a idoneidade e muito menos a imparcialidade da grande maioria dos profissionais da justiça, que fazem jus ao juramento que fizeram para assumir a função. Também não desejamos fazer coro com os políticos que querem podar os poderes da justiça, com intenções escusas.

A pergunta que gostaríamos de fazer é: “A justiça é igual realmente para todos?”. O problema está no corporativismo, que faz com que se passe a impressão de superioridade destes profissionais.

A beleza da democracia é que ela pode ser pensada e repensada a todo instante, dependendo das situações que se apresentam. Que exemplo melhor seria o dos próprios juízes aplicarem a lei aos seus pares, quando necessário? Não é isso que acontece. Médicos não denunciam médicos, juízes não aplicam a lei a outros juízes e assim por diante.

Precisamos urgente de uma reforma em todos os setores, desde a previdência social, até os direitos astronômicos de políticos e servidores públicos dos três poderes. Sem essas mudanças, o cidadão comum não consegue acreditar no seu país, na justiça, na democracia, apenas no jeitinho brasileiro.

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