Os malabaristas da vida real

Que todos nós temos um pouco de malabarista, ninguém pode negar, afinal, para manter os compromissos pessoais, muitas vezes temos que ser artistas. Mas você conhece a história dos artistas de rua que mostram seu trabalho nos semáforos da Lapa?

Eles já fazem parte do nosso cotidiano. Estão diariamente no sinaleiro central da Lapa aproveitando o tempo do sinal vermelho para oferecer o seu show. Fazem malabarismos, engolem fogo, equilibram bolinhas, jogam facões para o alto e os acolhem nas mãos com rara habilidade. Depois do rápido espetáculo, que precisa ser ajustado ao tempo do sinal vermelho, eles passam entre os carros para colher o “pagamento” pelo que ofereceram. São movimentos rápidos, cronometrados e arriscados. É a busca pela sobrevivência, pelo pão de cada dia.

Essa semana a redação da Tribuna Regional entrevistou um grupo de malabaristas que estava na cidade, para conhecer um pouco mais de como é a rotina desses verdadeiros artistas do dia a dia.

A primeira coisa que notamos foi a grande alegria e desprendimento com que estes artistas vivem seus dias. Em poucos minutos de bate papo nossa equipe de reportagem já se sentia parte da família destes lutadores. Todos com origem humilde, vindo de famílias sem estrutura, foram às ruas cedo para auxiliar no sustento doméstico. De vendedor de balas no sinal a limpador de parabrisas, eles contam que aprenderam sua arte nas próprias ruas, na calçada, como dizem. E, em meio a acertos e erros, foram se especializando no difícil trato com o malabarismo. O que se perde em habilidade, vez por outra, se compensa com simpatia e alegria. Mesmo para aqueles motoristas que não abrem sorriso, os artistas retribuem com o seu bom dia ou boa tarde.

A vida destes artistas de rua é uma aventura, segundo eles contam. A cada dia conhecem cidades e gente nova e passam pelos problemas com muito bom humor e criatividade. Aproveitando o calor da tarde desta terça-feira, os meninos nem pensaram duas vezes ao encerrar o expediente mais cedo para tomar um gostoso banho na bica da Erva Mate. É assim que é a vida destes malabaristas. Cada vitória é comemorada em conjunto enquanto que todas as dificuldades são divididas entre o grupo.

A solidariedade entre estes meninos é um exemplo que devemos levar para nossas casas. Com tão pouco a dividir, não se furtam em auxiliar o companheiro que não teve um bom dia de trabalho. Segundo eles, “nas ruas é que se vive a vida real, sem posses para atrapalhar e engessar os sentimentos”. Eles continuam dizendo que “só quem vive a vida como a deles entende o poder e a grandeza da solidariedade, ato corriqueiro entre eles”.

Com estes artistas quase invisíveis aprendemos mais uma vez o valor das pequenas vitórias. Sua simplicidade e modo tranquilo de viver a vida nos mostra que as coisas que realmente valem a pena não são compradas com dinheiro.

Parabenizamos e agradecemos os artistas de rua Alexsandro, Guilherme e Henrique pela disponibilidade em ceder um pouco do seu tempo para nos contar suas histórias reais do dia a dia. São exemplos como esses que nos mostram que a felicidade é muita mais fácil de ser conquistada do que nós pensamos.

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