O cantinho do velho roqueiro

Maike Meira é mais um ‘dinossauro’ do rock da Lapa.

Uma vida inteira curtindo guitarras, bateras, baixos e aquele vocal forte, somado a letras poéticas e um ritmo contagiante. Essa é a descrição da vida do roqueiro Maurício Meira, o popular Maike Cabeleireiro.

Tudo começou nos idos dos anos 80 quando os grandes deuses do rock ainda pairavam sobre a terra. Maurício, lapeano, guri de vila, só conhecia ritmos gauchescos tradicionais que tocavam na rádio Legendária. Um primo foi o responsável por lhe apresentar o grande mundo do rock. Segundo Maike conta, ele diz que “olhei para o meu primo com cabelo comprido, tatuagem e ouvindo Nazareth e decidi – É assim que eu quero viver minha vida”.

Nos anos oitenta e noventa o rock era um dos ritmos que mais crescia mundialmente e também nacionalmente, e com o advento das bandas de rock brasileiro, como Legião Urbana, Ira, Capital Inicial entre outros, a vida do roqueiro brasileiro ficou mais fácil.

Maurício começou a comprar discos e gravar fitas k7, além de economizar cada centavo para assistir aos seus ídolos. Em sua vida foram centenas de shows memoráveis, mas um dos primeiros foi com o Legião Urbana e Renato Russo cantando “Que País é Este?”. Maurício conta que a energia que havia naquela música e no público é uma coisa que não tem como explicar. Com a companhia de Mário Bianchini, os shows de rock eram programação constante na vida dos jovens. Uma das maiores conquistas foi assistir ao Rock in Rio 2, com milhares de pessoas cantando e curtindo o ritmo contagiante.

Em muitas andanças nos shows da vida, Maike já assistiu e conheceu muitos artistas de renome mundial, inclusive é amigo de alguns artistas nacionais. “Já fui em muitos shows de Rock em minha vida e conheci muitos artistas, mas um show que me marcou, foi ver a banda AC/DC em Berlim na Alemanha. Ver seus artistas favoritos na sua frente, não tem preço que pague, é pura emoção”, relata Maike.

O choque

Como o Rock n´roll é geralmente agressivo e de ritmo forte, o gênero transmite uma rebeldia e irreverência que agradou a Maurício. Os cabelos logo passaram a ser compridos e os braços foram cobertos de tatuagens. Um escândalo para a Lapa da época, onde qualquer coisa fora do normal fazia o assunto da cidade. Maike andava como um cara diferente e, conta ele, tinha até alguns admiradores pela coragem no visual. Tudo o que sonha um jovem rebelde.

O Cantinho

Cada roqueiro tem um carinho especial por uma banda, mas um dinossauro gosta de muitas delas. Assim como o parceiro Mário Ozzy, que criou o Museu do Rock, Maike tem o seu cantinho do rock, onde coloca em destaque suas principais paixões musicais. Desde Janis Joplin até Nazareth, passando por AC/DC, Iron Maiden, incluindo bandas nacionais como Blindagem e Legião, tudo está exposto aos clientes da Barbearia que administra.

Nostalgia

Em tempos de funk e sertanejo, Maurício fala do poder que era transmitido pelas guitarras. “Era um combustível para a vida, inquietava, entusiasmava e ainda aprendíamos muito com as bandas”. Hoje, segundo ele, a qualidade musical está diferente, sem uma causa ligada à música. Outros tempos.

Maike Meira, o dinossauro do Rock Lapeano
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