A arte que valoriza a fé

O lapeano Miguel Jorge Padilha aproveita materiais da natureza, como os nós de pinheiro e outras árvores, para fazer sua arte: Fé e criatividade andam juntas.

A Igreja católica é repleta de Santos que fazem parte da devoção de seus fiéis. Todo católico tem seu ‘santinho’ de estimação, aquele ao qual dedica sua fé. É comum ver imagens dos santos nas casas dos fiéis, demonstrando a intimidade e espiritualidade presentes nestas representações destes mártires.

O casal Marjorie Mendes Padilha e Miguel Jorge Padilha sempre foi muito ativo na comunidade católica. Há mais de trinta anos atuam no Ministério da Eucaristia na Lapa e tem grande apreço pela doutrina e fé da igreja que mais tem fiéis no mundo.

Miguel sempre gostou de trabalhar com madeira e sua paixão são os nós de pinheiro e de outras árvores tradicionais da região. Ele sempre coletava estes materiais na região do Mato Preto e utilizava para fazer vasos para suas flores de maio, além de trabalhar os nós de madeira de forma a se tornarem enfeites.

Segundo Miguel, ‘um dia vi a imagem de São Longuinho e achei que ela merecia um destaque, pensei bastante e, utilizando um belo nó de pinheiro, montei um altar para ele. Foi assim que comecei a criar esta arte’. Com muita criatividade e dedicação, Miguel busca sempre adquirir imagens de qualidade para sua arte, atitude que colabora para que a obra final fique agradável aos olhos.

A produção dos altares, que começou como um pequeno hobby, hoje é comercializada em diversos pontos da cidade. Desde altares individuais com uma imagem até presépios caprichados fazem parte do trabalho deste artesão lapeano.

Para realizar o trabalho, o artista nos mostrou sua oficina, um espaço simples, organizado, onde utiliza apenas de ferramentas manuais para a lida com as peças de madeira. Para cortá-las, usa um serrote que, segundo Miguel “já precisa de uma visita ao dentista, por faltar alguns dentes”. Todo o trabalho é feito com esta ferramenta, formões e outros acessórios primários, mas que trazem um acabamento especial às peças prontas.

Miguel conta que começou a buscar os nós de pinheiro no interior por estes materiais serem de alta combustão, facilitando a manutenção de seu fogão a lenha, nos dias mais frios. Depois de descobrir a possibilidade de utilizá-los como arte, o estoque destes nós aumentou e as possibilidades de uso também. Além dos altares, ele produz vasos de plantas e outros enfeites artesanais. É realmente um bom aproveitamento para estas peças de madeira, que geram além do lucro para o artesão, peças lindas e muito agradáveis aos olhos.

Para conhecer melhor o trabalho deste artista, você pode visitar a Casa Vermelha, onde ele deixa seus altares à venda ou também encomendar um trabalho específico pelo fone (41) 3622.2465.

A família Padilha mostra com muita alegria o trabalho de Miguel. Na foto, Miguel e sua família, a esposa Marjorie e o filho João José.
 
Este foi o primeiro altar feito pelo artista, o que abriu as portas para todo este trabalho.
Com ferramentas simples, Miguel utiliza materiais da natureza para dar mais vida à sua devoção.
 
O primeiro presépio feito pelo artesão Miguel em um nó de madeira.
Please follow and like us: