A falta de calor

Quarentena, isolamento vertical, horizontal, crianças sem aula, distância dos mais velhos, máscaras para todo o lado, cumprimentos com o cotovelo. É um mundo estranho, não é mesmo?

As medidas sanitárias adotadas para conter a propagação do COVID19 estão aí, devem ser respeitadas e propagadas, porém a sensação de distanciamento que vivemos é uma coisa única no Brasil. Nunca vivemos tão afastados dos outros, mesmo estando perto.

Em poucos dias de quarentena já deu prá notar que não queremos viver para sempre com estas medidas de segurança. Não pela máscara ou pela quarentena, muito mais pela falta de contato humano. A falta daquele aperto de mão, daquele abraço, beijo no rosto e aquele toque amigável é uma das coisas que mais afeta o inconsciente popular.

O brasileiro é caloroso, amigável e próximo. Gostamos de estar perto dos outros. Gostamos de tocar nas outras pessoas e essa falta de contato cotidiano dá uma impressão de vivermos em outra cidade ou país. Talvez por este sentimento de proximidade não consigamos respeitar as normas de isolamento e continuamos nos aglomerando em filas e comércios. É uma sensação de normalidade estar cercado por muitas pessoas, mesmo que a alguns metros de distância.

A falta daquele papo gostoso regado a uma boa cuia de erva mate Legendária também é um dos piores momentos desta quarentena. Tudo isso é por um nobre objetivo, sabemos, mas a humanidade valoriza mais o que perdeu do que o que conquistou, por isso esse lamento.

Tenhamos em mente que se seguirmos as orientações e cada um fizer a sua parte, muito em breve podemos estar com as pessoas queridas curtindo momentos de proximidade. Se não ligarmos para a prevenção agora, demora muito mais a para liberar a circulação plena de pessoas e abertura de estabelecimentos. Teimar e brigar não vão ajudar em nada. Apenas a paciência e a certeza de que fizemos a nossa parte podem consolar neste momento frio.

Na falta do contato físico, utilize suas redes sociais e aplicativos de mensagem para mostrar que sente falta das pessoas. Tecle muito, grave vídeos, mande sua mensagem, mas não esqueça de manter a distância por enquanto. Mesmo sem o aperto de mãos, uma mensagem de amizade vale muito, principalmente para o grupo de risco para CoronaVírus.

Virá o dia em que poderemos todos voltar às nossas atividades de forma normal, crianças nas escolas, idosos passeando e fazendo o que idosos fazem, almoços em família, abraços, beijos e apertos de mão, mas esse dia só virá se ficarmos longe por ora. Respeite o isolamento, faça a sua parte. Sairemos disso tudo mais fortes e, quiçá, evoluídos.

 

 

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Aramis José Gorniski


Entre em contato com Aramis José Gorniski: aramizinho@gmail.com