A Revolta de Atlas

Lendo e relendo livros da minha biblioteca pessoal durante o período de férias no final do ano, me deparei com um livro que tinha lido há tempos e havia passado desapercebido.

O livro chama-se A Revolta de Atlas, da autora Yan Rand e a história se passa numa época imprecisa, quando as forças políticas de esquerda estão no poder. No livro o último baluarte do que ainda resta do capitalismo num mundo infestado de repúblicas populares são os Estados Unidos, mas este país está em decadência e sua economia caminha para um colapso.

Falando assim parece meio clichê, mas livros escritos em outros tempos, destinados a questionar outras realidades, tornam-se muito pontuais hoje em dia. Exemplo disso, além de A Revolta de Atlas, é o livro 1984, de George Orwell, que retrata uma sociedade que reescreve a história e obriga seus cidadãos a pensarem apenas da maneira que mais convém o governo. Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, também apresenta uma realidade utópica onde a sociedade é dividida em classes como Alfas, Betas, Gamas e Deltas, cada uma delas criada sob determinadas condições em úteros artificiais, para serem destinadas a serviços específicos quando adultos, não havendo mais o conceito de família, mérito próprio ou igualdade de direitos.

A frase que me chamou a atenção no livro de Yan Rand, A Revolta de Atlas, fala assim: “Quando você perceber que para produzir precisa obter autorização de quem não produz nada, quando comprovar que o dinheiro flui prá quem negocia não com bens, mas com favores, quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência mais do que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles e que, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você, quando perceber que a corrupção é recompensada e a honestidade se converte em auto-sacrifício, então poderá afirmar sem medo de errar que sua sociedade está condenada”.

É interessante notar que vivemos numa realidade como a apresentada nesta frase da autora. Políticos e servidores de alto escalão sugam os recursos, colocam empecilhos para a produção, atrapalham a livre iniciativa e, pior de tudo, tem a lei ao seu lado através da indicação de juristas que manipulam o Estado Democrático de Direito ao seu bel prazer.

Erramos em acreditar que a ficção é apenas uma história contada de forma a impressionar o leitor. Na verdade os livros citados neste texto foram há tempos, previsões de onde chegaríamos nos dias atuais. Não só no Brasil, mas em grande parte do mundo, o poder é usado para enganar, oprimir e deixar os mesmos nas principais cadeiras.

Finalizando, acho que devemos aprender e prestar muito mais atenção aos livros, mesmo que apresentem realidades inimagináveis. Às vezes podem ser retratos do que vamos viver em nosso cotidiano.

 

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Aramis José Gorniski


Entre em contato com Aramis José Gorniski: aramizinho@gmail.com