Um jovem tanta energia, vivacidade, simpatia e entusiasmo. Esse era o Mateus Mazanek, um cara fácil de simpatizar, fácil de se gostar. Devido à sua personalidade afável, era um cara rodeado de amigos. Como gincaneiro era um dos principais defensores de sua equipe e também um dos primeiros a se dispor a realizar as hilárias tarefas das competições.
Com aquele jeito de piá pançudo, Mateus sempre sorria e agradava as pessoas ao seu redor.
É triste ter que falar de um amigo no passado, sabendo que apenas alguns dias estávamos papeando na frente do Pantheon dos Heroes, comentando sobre a pandemia, negócios e gincanas. Falamos sobre o fim do isolamento e a vontade dos gincaneiros em disputar mais um evento deste tipo.
A perda de alguém próximo é traumática, mais ainda se essa perda se dá de forma trágica. Não temos como imaginar as emoções que estão neste momento envolvendo a família, mas temos o nosso pedacinho de dor pessoal e aquele sentimento de irrealidade.
Não é nada natural pai e mãe terem que levar seu filho à última morada, ainda mais sabendo que ele tinha tudo pela frente e que, no que dependesse dele, seria um futuro bom e agradável.
Existe uma parábola sobre um viajante que era casado e tinha dois filhos, muito queridos. Um grave mal tomou a vida dos dois enquanto o pai viajava a negócios. Ao voltar ao lar, o homem ansioso perguntou à mulher onde estavam os filhos. A esposa pediu paciência e falou que precisava de um conselho do marido. Contou para o esposo que uma pessoa lhe havia confiado duas jóias lindas, únicas, para que ela tomasse conta por um tempo. Continuando disse que ao ser visitada pelo proprietário das jóias, não queria devolvê-las, por ter se apegado muito e gostaria de saber o que o marido achava.
O viajante pensou e falou que a esposa sabia sobre a situação das jóias e que eram apenas empréstimo, que mesmo sendo lindas e únicas, não seriam suas prá sempre, somente enquanto estivesse cuidando. Concluiu dizendo à esposa para devolvê-las, sem mágoas e sem ressentimento, guardando a lembrança de tão belos objetos.
Ouvindo isso do marido, a esposa, com os olhos lacrimejando, explica pro marido que as jóias eram os seus filhos, que haviam sido emprestados ao casal para que tomassem conta e foram levados pelo Criador no momento oportuno. Contou ao marido da passagem dos dois filhos e o consolou dizendo que eles agora estavam no seu verdadeiro lugar, ao lado do Pai.
Esta parábola simples demonstra o sentimento que temos ao falar de Mateus Mazanek. Um grande homem, um piá pançudo, um amigo fiel, um gincaneiro de mão cheia, mas, principalmente, um filho, sobrinho, primo e irmão para os familiares.
Tenho a impressão que o nosso Criador prega estas peças com a gente, emprestando pessoas boas para alegrarem a nossa vida e, abruptamente, as leva, pois precisa de gente boa no firmamento.
Ao Mateus desejamos uma ótima aventura do outro lado. Aos familiares desejamos que a lembrança dos bons momentos possa superar a perda trágica e cruel. Aos amigos resta o orgulho de poder ter convivido com tão boa pessoa.
Vai em paz, Mateus.