Carta aos companheiros

Este texto nada mais é do que um questionamento. Explico. Meu pai, o já falecido jornalista Aramis Gorniski viveu no auge de seus 18 anos o início do Regime Militar. Como estudante na época participou de muitas reuniões, inclusive agindo como secretário, de grêmios estudantis e organizações de estudantes voltadas a defender a liberdade e protestar contra a censura. Nunca foi preso, não foi torturado, trabalhou durante todo o tempo em que existia a ‘Ditadura’, sendo muito crítico quanto à audácia do governo da época em censurar as livres opiniões e diferentes formas de expressão.

Sorvendo uma boa cuia de chimarrão ele contava dos inúmeros amigos, companheiros de protesto, pessoas com opiniões contrárias às opiniões dos governantes militares. Falava da grande força que esses amigos demonstravam, sem violência, mas buscando mudar o futuro do país, para podermos hoje dizer que somos um país livre.

Destes companheiros dos quais ele contava, grande parte seguiu carreira política através dos únicos meios com os quais era possível concorrer, a exemplo do velho MDB de guerra, partido que fazia uma oposição alinhada com os governos militares. Pois bem. Este desabafo é para vocês, caros companheiros de meu falecido pai.

É muito interessante pensar que as lutas dos anos 60 e 70 eram contra a censura, contra o autoritarismo e mesmo contra um modo de pensar único criaram uma ‘nova república’, onde, durante 30 anos, o país foi governado por estes lutadores da liberdade. Agora estas pessoas que lutaram tanto contra a dita cuja ‘Ditadura’ estão fazendo parte de um grupo que defende a censura, através do apoio ao ex-presidiário e descondenado Lula da Silva.

Esta semana o Brasil está vivendo alguns dos dias mais negros da sua história, pois em plena democracia, pessoas, canais e empresas estão sendo proibidas de apresentar fatos verdadeiros, para não incorrer, segundo o STF, em função de “grave DESORDEM INFORMACIONAL APRESENTADA”, que, como tal, “compromete a AUTODETERMINAÇÃO COLETIVA e a livre formação da vontade do eleitor”, em palavras do Ministro Levandowski.

Os veículos e canais censurados não mentiram em momento algum. Apenas uniram fatos sobre a grande corrupção existente no governo de Lula, mostrando uma sistematização da roubalheira, de forma institucional. Ao proibir e mandar retirar os vídeos e textos, os ministros do TSE e STF estão aplicando censura de livre pensamento e também cerceamento de liberdade de expressão.

Aí entra meu apelo aos companheiros de meu pai. Não é por um governo, não é por um candidato. É pelo futuro de um país livre. Não deixem pequenas paixões políticas e migalhas de pequenas benesses atrapalharem seu senso crítico.

Prá finalizar, é interessante notar que, em seis anos de destaque nacional, o presidente Bolsonaro não mandou bloquear, censurar e nem coibir ninguém que o atacou. Enquanto isso o Partido dos Trabalhadores consegue censurar fatos que aconteceram de verdade, mas que são prejudiciais aos interesses eleitorais atuais.

A censura está de volta. Se deixarmos continuar, em breve os livros de história serão reescritos e a bandalheira acontecida no país, nos últimos 30 anos, será apagada.

Não deixe isso acontecer, companheiro.

 

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Aramis José Gorniski


Entre em contato com Aramis José Gorniski: aramizinho@gmail.com