Como explicar para meu filho?

Conversando com a amiga Elaine Piovezan, colunista deste jornal, entramos no papo inevitável de política, como assunto recorrente nestes últimos dias. Elaine é mãe de Helena, uma garota com apenas oito anos de idade e mostrou sua preocupação acerca das atuais notícias no cenário político nacional.

A colunista mostrou-se preocupada com o futuro do país, mas mais preocupada ainda com o conceito moral que precisa passar para a sua filha. Explicar certas situações aos filhos pode ser bem constrangedor e dramático, ainda mais porque eles aprendem tanto em casa quanto na escola, mas atualmente tem acesso à internet e estão em contato com o mundo no dia-a-dia.

Elaine afirmou que é muito difícil explicar para sua filha que o crime não compensa, quando a verdade é muito diferente, pois o Brasil tem validado a criminalidade enaltecendo o bandido como vítima da sociedade e não como pessoa degenerada e maldosa.

Também é difícil explicar para o seu filho como é que uma pessoa sem estudo algum pode ser conduzida à Presidência da República, enquanto exigimos dedicação e esforço de nossos rebentos para que possam crescer, se desenvolver e contribuir para o mundo.

Conjugar ‘os plural’ também é uma coisa ultrapassada. Enquanto cobramos nossos filhos para que escrevam e falem corretamente, a falta de capacidade de se expressar de forma correta vem sendo endeusada deixando gramática e pontuação de lado, valorizando apenas a opinião crítica.  A crítica é necessária, mas a correta forma de expressá-la demonstra capacidade e aprendizado.

Quem tem amigos tem tudo, é a frase motivacional que conhecemos. No caso do bate-papo com a colunista Elaine Piovezan, a preocupação que se mostrou muito válida é a dificuldade em explicar para sua pequena filha o fato de que se você tem bons amigos advogados, juízes ou pessoas em posição de liderança, pode se safar de qualquer crime que tenha cometido.

Como explicar para uma criança de oito anos que estas atitudes não são legais, não são maneiras e muito menos são apropriadas, quando tudo que o Brasil vem apresentando é destinado a valorizar o roubo, a corrupção, a falta de conhecimento e a valorização da pobreza?

Da mesma forma que é difícil explicar para alguém com oito anos que o certo não é mais certo e que o errado é o aceitável, é difícil também tentar mostrar a pessoas com mais idade que nada vem de graça e que o Estado não é gerador de riquezas. “Não existe almoço grátis”, alguém sempre paga pelas contas dos roubos institucionalizados que costumávamos ver nos governos de esquerda.

Quem paga a conta do descaso somos nós, mas quem pagará a conta da manutenção do mecanismo torto e desviado serão nossos filhos, que receberão um país onde o crime compensa, o malandro é o certo, o analfabeto é o chefe e os valores não existem mais.

Pensem nisso, pais de família, e saibam que ainda dá tempo de garantir um futuro correto para nós e nossos descendentes. O que é certo nunca vai ser errado e as distorções são maquiadas com muita narrativa para serem aceitáveis.

 

 

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Aramis José Gorniski


Entre em contato com Aramis José Gorniski: aramizinho@gmail.com