Como funciona uma eleição

Nos anos eleitorais é comum a movimentação contínua de candidatos por todos os lados. Pessoas que se submetem ao crivo popular para chegar aos cargos pretendidos, no caso deste ano Prefeito e Vereadores. Mas você sabe como funciona a máquina eleitoral na prática? Vamos te contar.

Os candidatos a vereadores, seja para se manter ou conquistar o cargo, acumulam inúmeros cabos eleitorais, os quais fazem a coleta de votos nas comunidades para que o candidato tenha sucesso. Mas esses cabos eleitorais recebem, por fora, um bom dinheiro para fazer isso. Muitas vezes é necessário ‘calçar’ o eleitor com determinada quantia para que ele aceite votar no candidato e isso é chamado de ‘compra de votos’, mas nem sempre é assim que a coisa funciona. Grande parte das vezes o cabo eleitoral, sendo um líder ou pessoa de renome em sua comunidade, utiliza de sua influência para que os eleitores escolham o seu candidato e assim os votos chegam às urnas meio carimbados. Importante não esquecer que os cabos eleitorais recebem por isso, e não é pouco.

Aí temos também o apoio de deputados aos candidatos a vereadores. Isso funciona como uma engrenagem. Na eleição municipal o deputado apoia o vereador em troca de votos na eleição estadual. É uma troca comum de favores. O eleitor é cooptado pelos cabos eleitorais dos candidatos nesta eleição, aí o deputado arruma qualquer benesse, seja ela uma ambulância, um asfalto, uma reforminha em escola e, em cima disso, o vereador eleito com apoio dele o apoia, buscando também os cabos eleitorais como suporte para angariar votos para deputado.

No fim das contas o eleitor não escolhe por si só o seu candidato. Ele será induzido a votar em determinado candidato pelo cabo eleitoral comprado pelo político mais conveniente, garantindo assim o azeitamento da máquina eleitoral que funciona como uma estrutura sem fim, onde candidatos a vereadores oferecem seus serviços tanto a cidadãos como aos possíveis deputados, fazendo com que o voto não seja realmente depositado na opção do eleitor, mas sim na vontade do candidato através do cabo eleitoral.

É interessante frisar que a opinião do eleitores é induzida pelo esquema geral que acontece nessas épocas, fazendo com que a dita democracia seja usada por pessoas de maneira irresponsável e ilegal, mas que nunca vai ser punido por que o cidadão que é cooptado não denuncia a intervenção do cabo eleitoral, porém nunca mais verá seu candidato depois das eleições.

Complicado é notar que isso é um caso corriqueiro em toda a nossa política, seja aqui, seja no Rio Grande do Norte, onde também acontecem as mesmas coisas e a política continua a ser feita pelas mesmas pessoas, anos a fio, mantendo o mecanismo funcionando.

É triste falar isso, mas é a verdade que nos persegue no cotidiano. Uma eleição não é decidida pelo melhor candidato, mas sim por aquele que mais consegue angariar ‘cabos eleitorais’ de peso e com muita capacidade de persuasão. No fim das contas é igual a qualquer atravessador que compra o produto agropecuário barato e revende no CEASA a preços exorbitantes.

Assim é a nossa política.

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