O título deste texto é para chamar a atenção mesmo, mas é muito comumente usado pelas pessoas de nossa região quando falam de alguém que começa a ter prosperidade em seus negócios. É normal olharmos para aquele conhecido que conseguiu comprar um carro novo, abrir uma nova loja, reformar a casa e afirmarmos: “Como ele consegue? Deve estar vendendo drogas!!”.
A nossa hipocrisia local é tamanha que não pensamos no quanto um comentário destes faz mal. Mas não faz mal apenas à pessoa caluniada. Falar ou pensar desta maneira é um ato de mesquinhez, que demonstra nossa total incapacidade de ver outras pessoas crescendo e nos alegrarmos por isso.
Já que não temos capacidade de crescer, a melhor opção é derrubar quem está tentando melhorar, afinal, crescer dá trabalho, necessita esforço, dedicação e muito tempo. Melhor mesmo é sair do serviço às cinco da tarde e não ter mais compromisso até o outro dia às nove da manhã. Qualquer coisa fora disso é serviço demais.
Na Lapa, muitos não tem coragem de empreender e quando outros o fazem, muita gente torce para que aquilo não dê certo. É cultural, é histórico, é fato.
Não podemos ser hipócritas ao dizer que não magoa ver alguém que consideramos incapaz conquistando seu lugar ao sol. O problema, talvez, é que temos que parar de espelhar a nossa inutilidade nos outros. Quando vemos alguém conquistar alguma coisa, queríamos estar no lugar daquela pessoa e, para diminuir a vitória, vamos falando bobagens.
Se a gente seguisse o preceito que Cristo deixou de amar ao próximo como a si mesmo, teríamos um mundo melhor, mais desenvolvido e com muito mais prosperidade. Ser cristão não é simplesmente dar aos pobres, mas se alegrar com as vitórias daqueles que vivem no nosso entorno. A ideia de que só se pode ser boa pessoa sendo humilde transformou-se em “seja boa pessoa valorizando a pobreza”. Humildade não tem a ver com condição social. Tem a ver com a capacidade que as pessoas tem de não humilhar as outras. Aí que está a diferença.
Sendo humildes podemos conquistar o que há de melhor para nossa vida, pois não vamos fazer inimigos no meio do caminho.
Ser pobre não é ruim. Ruim é ser pobre de espírito. Pobreza não é doença, apenas condição transitória. Buscar mais para sua vida, estudar, querer ter dinheiro para dar o melhor aos seus familiares, isso tudo faz parte do crescimento pessoal e espiritual que precisamos. Não podemos confundir pobreza com honestidade e riqueza com criminalidade.
O que vemos há muito tempo é uma campanha nacional pela valorização do ‘ser pobre’. Todo mundo afirma com gosto que ‘eu sou pobre’ e acha que, com isso, está dentro da normalidade. Isso tudo é parte da campanha politicamente correta que vem nivelando o povo por baixo, colocando inclusive preconceito nas cabeças de muita gente, ao dizer que ricos são o mal do mundo. Não são maus. Só trabalharam mais para ter o que tem.
Busque as riquezas e se orgulhe disso. O seu trabalho é uma benção que deve gerar frutos.
Finalmente, pare de vender a DROGA da ideia de que quem tem mais é ruim.
