E é sempre assim, caro leitor! De quatro em quatro anos, a história se repete. Só que, o que não deveria se repetir, em teoria, seria a nossa postura.
Do que estou falando, afinal?! Nada mais, nada menos do que a atitude de nossos representantes políticos, ou os pretendentes a nos representar, na esfera estadual e federal. Eles, que deveriam levar à discussão os nossos anseios, nossas necessidades reais, como sempre levam à pauta da Assembleia Legislativa, da Câmara dos Deputados e Senado, somente o que convém a eles ou ao grupo a que pertencem. Nós, reles mortais, somos somente números, lembrados de nossa relevância quando as eleições se aproximam.
Aí, nestas épocas que já estamos vivendo, angariam cabos eleitorais por todo lado, em todos os municípios. Surgem com informações a serem divulgadas, como se estivessem ativamente trabalhando por você, por mim, por nossos filhos. E, na verdade, onde estiveram?
Falamos muito mal de Presidente, Governador e Prefeito. E, até mesmo, do judiciário. Quando, na verdade, deveríamos olhar com muito cuidado quem decide nossos rumos no Poder Legislativo, ou seja, Vereadores, Deputados Estaduais, Deputados Federais, Senadores. Afinal, são eles que legislam, que elaboram a lei. Lei esta que irá nortear o nosso dia a dia. Lei esta que, aplicada, muda a minha, a sua rotina. Muda a economia. Coloca no papel o que, muitas vezes, já é realidade na sociedade.
Por isso tudo, e muitas coisas mais, é tão necessário olharmos com muita atenção para estes cidadãos que se propõem a nos representar nestes cargos públicos. Não basta um rosto bonito, não basta ser descendente de família tradicional na política, não basta se expressar bem. É preciso ter intenção real de pensar no coletivo. Intenção real de trabalhar seriamente pela população.
E, com atitudes que vemos com tanta frequência, destes cidadãos lembrarem de seus eleitores, ou possíveis eleitores, somente próximo às eleições, fácil perceber que o que realmente desejam é tudo, menos trabalhar em prol da sociedade.
Eles precisam mudar a postura. É claro que sim. Mas, só mudarão quando tiverem eleitores conscientes, que entendem que a sociedade só terá mudança efetiva quando nós soubermos selecionar nossos representantes. Precisamos saber questionar a que vieram, o que realizaram. Precisamos ter responsabilidade em acompanhar de fato o trabalho de quem foi eleito. Porque, se nada fazemos, aceitando qualquer migalha ou conversa sedutora, não temos argumento para reclamar. Somos coniventes, corresponsáveis pela situação em que estamos.
O que você, leitor, deseja para a sua vida, para a vida de seus filhos, familiares? É muito importante perceber que a sua atitude, a minha atitude, a atitude de seu vizinho, faz grande diferença no todo. Desde o fornecimento de um remédio de forma gratuita, até a existência de vaga em UTI para o seu pai. Desde a existência de escolas estruturadas, com alimentação, material escolar e profissionais qualificados, até a estrutura urbana que atende a todos, com planejamento, mobilidade. Desde políticas públicas para o idoso, até discussões sobre a participação feminina na sociedade – tudo impacta de alguma forma no seu dia a dia, seja no trabalho, seja no futuro da sociedade. Enfim, nada foge à política.
Portanto, não se omita. Não finja não ver o que grita aos olhos. Os oportunistas já começam a fazer suas “trilhas” pelo vasto interior do Brasil. Querem espaço nos jornais, nas rádios, em todas as mídias possíveis.
Em muitas, conseguiram portas abertas. Mas, só terão sucesso se conseguirem te convencer de que podem nos representar. Podem? Devem? O que, de fato, nos oferecem?
Cuidado para, como disse no início, ao acreditar estar “abrindo as portas da esperança”, na verdade estar é mesmo “abrindo as portas do inferno” para você, seus familiares e sociedade.