E por aqui… tudo bem…

Quem acompanha o noticiário nacional e as redes sociais já deve ter se deparado com vídeos mostrando conflitos entre população e autoridades, sejam elas a Polícia, Guardas Municipais ou fiscais. Em diversos momentos acompanhamos ações truculentas destas autoridades para com a população. E o povo não está mais aceitando calado.

Enquanto isso, na nossa região, por pior que possa estar a pandemia, nossas autoridades mantém um respeito e dignidade ao abordar os cidadãos, mostrando fazer parte da comunidade a que pertencem. Claro que, em alguns casos, a força tem que ser usada para fazer entender as determinações sanitárias, mas violência e prepotência não vimos ainda por aqui.

O mais interessante é que os adeptos do “fique em casa” são os que menos são prejudicados. Estes propagadores da boa nova são aqueles que podem fazer home-office e tem garantia de seus salários em dia. O pequeno empresário, o vendedor de pipoca e o sorveteiro não tem de onde tirar seu sustento, enquanto os ‘filósofos do caos’ pregam o isolamento radical.

Não seria esta mais uma amostra da falta de empatia e sensibilidade ao seu próximo? Mesmo que saibamos que o isolamento pode ser uma ferramenta para impedir o vírus, não é o ideal.

Os mundos em que vivem os isolacionistas e o povo em geral são bem diferentes. No primeiro, o problema é saber que tipo de lazer, hobbie ou jogo será realizado em casa para poder passar o tempo enquanto não é a hora de assistir Netflix e comer aquele lanche do iFood. No outro lado, temos o povo, que não tem a garantia de seu sustento automático, precisa trabalhar e infringir as determinações de isolamento. O cidadão comum, em geral, trabalha pela manhã para conseguir o almoço, e não tem salário fixo na conta no último dia do mês.

A dualidade das realidades não ajuda a chegar a um consenso. E o povo vai vivendo como pode, se adapta e espera o melhor, mesmo vivendo um péssimo momento.

Enfim, estas duas realidades sempre existiram, mas hoje as diferenças são mais evidentes. Existe um mundo onde poucos podem estar, que é este dos salários em dia, benefícios e segurança, enquanto o cidadão comum, do qual é exigido até o último centavo em impostos, continua a sofrer e tentar colocar o pão na mesa.

E por aqui, continua tudo bem.

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Aramis José Gorniski


Entre em contato com Aramis José Gorniski: aramizinho@gmail.com