Esta semana chegamos a um ponto preocupante. A prefeitura anunciou que a lotação do hospital de campanha está chegando a um limite. A média de atendimentos chega a setenta pessoas com suspeita de covid por dia, quando não passa da centena em determinados momentos.
As equipes da linha de frente já se desdobram em todos os sentidos para atender a comunidade, mas parece que os esforços não estão dando em nada.
O motivo da falta de resultados é o desleixo da nossa população. O comércio tem levado a culpa pelas contaminações, porém a grande e expressiva maioria dos casos positivados são registrados como contaminação através de parentes e amigos, de passeios inocentes e bate papo com vizinhos. O cara sai prá dar um rolê e traz o vírus prá casa e pro trabalho. Resultado: empresa fechada, lotação do sistema de saúde e complicações mil por falta de precaução.
Alguns teóricos do Covid aconselharam a fechar tudo, mas tudo, por quatorze dias, para que assim o vírus pare de circular. O que não falam esses sabidos teóricos é que existem diversos exemplos de que lockdown por si só não resolve e até agrava a crise.
Quando iniciou-se esta pandemia, nos idos de março de 2020, o anúncio das autoridades de saúde era para que ficássemos isolados para “achatar a curva”. Com esse isolamento, os governos teriam condições de criar leitos, estrutura e hospitais para atendimento adequado ao covid.
O que vimos, no entanto, foi uma bagunça generalizada. Como consertar um sistema de saúde destruído ao longo de anos de incompetência de governos anteriores? Como suprir um sistema com unidades de UTI especiais para a Covid, quando não existem nem leitos de enfermaria para os outros casos de doenças comuns?
A grande quantidade de verba distribuída pelo governo federal daria para criarmos o melhor sistema de saúde do mundo, mas quando cada governante recebeu carta branca do STF para gerir seu pedacinho do dinheiro, vimos uma avalanche de corrupção, desvios e descaso.
Na nossa região as coisas estão mais organizadas que no resto do país, pois já tínhamos funcionários e dirigentes mais atentos ao cuidado da saúde municipal, se não fosse por isso, hoje teríamos gente morrendo na porta da UPA, ao invés de ouvir que está QUASE lotado.
Para resolver tudo isso, primeiro precisamos fazer a nossa parte. Isolamento e distanciamento social quando possível, máscara a todo momento e as mãos mais limpas da face da terra. Ah! Chimarrãozinho, churrasquinho e narguilé são transmissores de Covid, se você ainda não sabe.
Vamos tomar consciência e deixar de colar a culpa da nossa ignorância nos outros. Cuide-se.