E quando orares…

Jesus Cristo, que ensinou os Seus discípulos a orar, disse: “E quando orares, não deves ser como os hipócritas que gostam de se postar orando nas sinagogas e esquinas nas ruas, para serem vistos pelas pessoas. Em verdade vos digo: eles já receberam sua recompensa. Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora a teu Pai em secreto; e teu Pai que enxerga o secreto, te recompensará publicamente” – Mateus 6.5-6.

O quão necessária é a doutrina e vida de oração ao modo do santíssimo único-salvante Evangelho de Jesus Cristo, o Filho Unigênito de Deus, nem dá para escrever aqui. Na verdade, nós próprios deveríamos percebê-lo muito bem, uma vez que vivemos na carne e no sangue, cheios de toda sorte de maldades, à esquerda e à direita, além de termos conosco e contra nós, como gente dadivada com a fé que é dom de Deus, o mundo hostil a Cristo e Seu Evangelho, que nos inflige toda sorte de aflições e angústias, dor no coração e tantos tormentos que advém do uso da religião para promover a salvação por obras, em vez de pregar e ensinar a alegria no SENHOR, da confiança do estar salvo por graça mediante a fé. Sim. A prática da oração ao modo dos fariseus havia se tornado uma tortura para as consciências das pessoas. Eles exploravam e oprimiam o pobre povo seduzido em benefício da sua fé, teologia, culto, piedade. E ainda queriam, certamente, que Cristo lhes elogiasse.

Jesus Cristo ensina e quer que aprendamos a orar com Ele, ao modo do Evangelho. E o quanto é preciso orar já que temos o diabo, que também quer pregar e ensinar, sempre à nossa volta! Ele que, de todos os modos possíveis nos quer fazer decair da fé para a incredulidade. E da incredulidade para o pecado concreto. O diabo procura nos afastar da Palavra e da fé. Ele suscita inúmeras seitas, grupos unidos enxameados pela religiosidade segundo a carne e o sangue, e seduções inenarráveis, que, ao modo dos fariseus, não param enquanto não matam a Cristo. Pois ele sabe que onde está a Palavra, ali também está, necessariamente, a fé. E, de todos os modos possíveis quer impelir-nos à descrença, ao desespero, à queda, ao isolamento. Ele, assim como os fariseus, não dá descanso. Ele ‘empurra’ para fazer cair, empobrece, isola, quer enfraquecer. Por isso mesmo cercam a Cristo e Seus apóstolos como inimigos. Por natureza, nós somos fracos demais para tantos inimigos. Por isso, Deus diz no profeta Zacarias 12.10 que Ele dará aos Seus o espírito da graça e da oração, para que, quando estiverem no ‘campo de batalha’, sejam preservados e possam defender-se e proteger-se contra o espírito maligno, não com a força das armas, mas com a fé e a oração que Deus reconhece, identifica como sincera, e por isso mesmo atende e responde.

A oração é obra peculiar às pessoas cristãs, não dos fariseus, na medida em que têm o Espírito de Deus, que expurga o relaxo e a preguiça. Ele faz com que orarem constantemente e sem cessar, como Cristo ensina em Lucas 18.1. É isto que importa: que a nossa oração, em conformidade com a Palavra, seja uma oração sincera, e não uma hipocrisia como foi e é a oração dos fariseus. Cristo ensina o orar autêntico, mostrando-nos como dispor-se para tal. Ou seja, que não fiquemos parados orando publicamente na rua, e, sim, sozinhos no recolhimento do nosso quarto em casa, etc. Isso quer dizer, principalmente, que larguemos a falsa intenção de querermos orar em função da boa fama, do prestígio ou coisa que o valha. Não que fosse proibido, que não se devesse orar na rua ou publicamente, pois uma pessoa cristã não está presa a lugar algum e pode, perfeitamente, pela fé, orar em qualquer parte, seja na rua, no campo ou na igreja. Só que não deve acontecer em função das pessoas, buscando proveito e renome, enfim, para ‘chamar a atenção das pessoas’. Na oração dos fariseus a intenção é falsa.

 

Please follow and like us:

Pastor Airton Hermann Loeve

Pastor Airton Hermann Loeve – Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil (IECLB) – Lapa/PR.
Entre em contato com Pastor Airton Hermann Loeve: pastor.air.ton@hotmail.com