Mais convulsões sociais em breve

Na última edição mostrei a relação dos protestos de 2013 com o impeachment da Dilma e com os protestos dos caminhoneiros. Basicamente, as demandas do povo não estão sendo atendidas pelos governantes, e com isso, é de se esperar que tenhamos problemas num futuro próximo. Quais problemas? Ai já é jogo de adivinhação.
Mas analisemos a situação de nossas eleições presidenciais. Os mais cotados e com mais chances de ganhar são Bolsonaro, Ciro e Marina. Ainda existem pessoas que esperam que candidatos como Alkmin surpreendam, mas pelo menos de momento, apenas o Alvaro Dias aparece com alguma chance de chegar num segundo turno.
Por outro lado, temos um congresso – que é quem realmente manda nas grandes e necessárias mudanças no país – que é podre e tem muito pouca chance de renovar-se. Dos 513 deputados, apenas 36 foram eleitos por votos próprios, e todos os demais por legenda partidária. Isso quer dizer que quem manda são os partidos. E esse ano, temos uma verba partidária – o chamado “fundão” – milionária para ser distribuído entre os partidos em critérios que beneficiam justamente os três piores partidos em nível nacional – PT, PSDB e PMDB.
Em resumo, qualquer que seja o presidente eleito dentre as opções viáveis até o momento, e mesmo que ele entre com a melhor das intenções, terá suas decisões barradas pelo congresso sujo que já temos hoje.
Se o presidente eleito chegar lá com uma grande votação, terá um certo respaldo político para propor mudanças já nos primeiros meses, com pouca necessidade de negociação com deputados. Mas aos poucos, o presidente ficará engessado.
Com essa imobilidade da presidência teremos alguns cenários. O primeiro é de ter que sucumbir às velhas práticas da política. O segundo é não conseguir fazer nada. Nos dois cenários, será afetado pela rejeição popular.
Os últimos presidentes que tivemos que não possuíam apoio no congresso e também não tinham apoio popular acabaram justamente sofrendo impeachment.
Ai perguntam: ué!? Mas a Dilma não pedalou? O Collor não comprou o fiat elba? Sim, eles são culpados e cometeram crimes. Mas FHC e Lula também cometeram, e como tinham apoio popular e/ou maioria no congresso, nada lhes aconteceu.
E sinceramente, não acredito que nenhuma figura pública tenha currículo totalmente ilibado. Nem que seja algum erro pequeno, que numa situação normal nem seria considerado, mas que numa situação de repúdio total, será considerado.
Ok, a chance de algum tumulto político num futuro próximo é grande. Mas o que afeta o cidadão comum? Simples: a continuidade da nossa crise, a situação dúbia da previdência (do jeito que está vai falir), falta de mudanças moralizantes para os políticos, continuidade dos gastos estratosféricos e gestão ineficiente. Espero sinceramente estar errado, mas não vejo muita opção, a não ser, é claro, que o novo presidente consiga fazer alguma reforma drástica já no inicio de 2019.

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