Nada como um dia após o outro

Os leitores devem ter notado um tom depressivo e cabisbaixo neste texto nas últimas semanas. Nada mais justo, depois da perda trágica do meu sogro Jurandir Baggio em um acidente muito grave que o vitimou na hora.

Tudo passa pela cabeça da gente num momento de uma tragédia, principalmente a fragilidade com que vivemos nossas vidas. Não foi fácil sair do buraco no qual enterrei minha cabeça para não precisar viver estes momentos tristes, mas o mais importante é com muito apoio, colaboração e principalmente amor dos familiares, amigos e pessoas queridas, a gente consegue voltar a olhar para o mundo de uma maneira mais amena.

Quando meu pai deixou este mundo no dia 15 de janeiro de 2010, o baque foi grande, mas a impressão que tive é de que não foi tão forte quanto a perda do meu sogro Jurandir. Meu pai já estava há anos acamado, convalescendo e sofrendo com DPOC, que é a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Isso o impedia de se movimentar livremente, passear como queria e também o limitava em muito em suas ações e atitudes.

Jurandir tinha suas limitações, pois foi acometido de poliomielite quando pequeno e apenas por milagre e muito esforço conseguia viver uma vida digna e ativa. Quando assumiu nos últimos dias uma posição na Coopersui, na qual deveria ser apenas um organizador, quase um gerente da organização, sua vida renovou, seu ânimo foi para as alturas, suas conversas melhoraram e a vida estava presente em cada momento que convivíamos com ele.

Ele amava reunir seus familiares para fazer um belo churrasco, coisa que fazia como ninguém, amava reunir seus queridos e conversar sobre qualquer assunto que viesse à tona.

Talvez por isso, por ver este homem tão cheio de vida e tão cheio de planos simplesmente deixar este mundo de uma maneira tão abrupta e cruel, o sentimento de perda para mim foi muito maior.

Mas me pego a pensar o quanto somos bobos e ignorantes ao lamentar a falta desta ou daquela pessoa de maneira triste. Deveríamos e devemos celebrar o pouco tempo que ganhamos de presente do Criador para conosco. Somos efêmeros, somos pequenos, mas somos grandes quando unidos e quando valorizamos os outros.

Peço desculpas ao leitor por mais este desabafo, mas quero lembrar mais uma vez das memórias maravilhosas que meu pai me deixou já há anos passados e dos ensinamentos que aprendi com meu querido sogro que se foi há poucas semanas.

Vida que segue, memórias que ficam, um amor que só aumenta com a falta destas queridas pessoas.

Obrigado leitor, pela paciência e atenção.

 

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Aramis José Gorniski


Entre em contato com Aramis José Gorniski: aramizinho@gmail.com