O ciclo indestrutível

Na semana passada contamos nas mini-notas uma história do Zézinho, um cara interessado em mudar a política da sua cidade. A história é fictícia, mas prá resumir, Zezinho entra num partido, disputa a eleição, vê que foi enganado pelos medalhões do partido que usaram sua boa vontade como escada prá eleição, desiste da política e nunca mais vai querer saber de mudar a política pessoalmente.

Esta semana foram inúmeros os leitores que perguntaram sobre isso. Como quebrar o ciclo?

Sentimos informa, leitor. Nós também não sabemos.

O que nós sabemos é que, para as coisas continuarem assim, o esforço gasto pelos atuais ocupantes de vagas eletivas investem pesado em apoiadores e correligionários. Também investem pesado no convencimento de pequenas lideranças para servir como escada na próxima eleição.

Se você olhar para os quadros de candidatos na sua cidade, vai ter a nítida certeza do que estamos falando.

Cada chapa de candidatos é formada por três ou quatro caras fortes, em alguns casos apenas um fortão, enquanto os outros todos são convencidos que podem chegar à câmara com seus trezentos votinhos, porque os grandões farão tantos votos que puxam os menos votados.

Este ciclo é alimentado por você, leitor. Por você ELEITOR.

Como a gente não sabe das mutretas e maracutaias que os grandões fazem para convencer o candidatinho fraquinho, achamos que, em votando nele, estaremos mudando alguma coisa.

Prá mudar esse ciclo a única maneira imediata seria: Escolher um daqueles que não são medalhões, trabalhar muito firme na conquista de votos, pegar mais votos que o grandão e assim enterrar de vez o político velho.

Se continuarmos confiando que “aquele é meu conhecido”, ou continuarmos gostando daquele abraço que o outro político manda prá gente pelas mídias, não daremos nenhum passo à frente. Manteremos prá sempre esta mesma política.

Prá piorar existem aqueles que fazem de conta que mudaram de posição, mas por dentro continuam sendo aqueles mesmos, partes integrantes da mesma velha política. Mudam a roupa, trazem um partido diferente, usam bandeira brasileira em suas propagandas e assim a gente, inocente, acha que o cara é renovação.

A maquiagem eleitoral é uma das coisas mais criativas e empolgantes do mundo. Tudo é feito para fazer você pensar que no próximo ano as coisas serão maravilhosas, que teremos emprego, estrada, educação, saúde e muito dinheiro no bolso graças ao que nossos próximos políticos farão.

Falando em maquiagem. Alguém tem visto alguma cor vermelha em propagandas por aí? Parece que isso foi banido de todos os materiais e trocado pela Bandeira do Brasil. Pedimos calma ao leitor de esquerda, pois também tem muitos dos mesmos políticos fisiológicos se aproveitando dessa onda de patriotismo. A maquiagem não é só de um partido, é de todos. A mentira parece ser pré-requisito prá qualquer campanha.

É como sempre falamos, leitor. São os mesmos políticos com nova roupagem. É muito simples de ver. É só parar prá pensar.

É duro, leitor, mas os culpados pela política estar como está, somos só eu e você.

 

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Aramis José Gorniski


Entre em contato com Aramis José Gorniski: aramizinho@gmail.com