Jesus Cristo pregou: “Ouvistes que foi dito: “Olho por olho, dente por dente”. Eu, porém, vos digo que não deveis resistir ao mal. Se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a esquerda. E se alguém quer contender contigo e tirar-te a túnica, dá-lhe também a capa. E se alguém te obrigar a andar com ele uma milha, vai com ele duas. Dá a quem te pede e não voltes as costas ao que te pede algo emprestado” (Mateus 5.39-42).
“Dá a quem te pede, e não vires as costas a quem te pedir algo emprestado”, disse o SENHOR Jesus Cristo, o Crucificado Ressurreto Ressurreto Crucificado em nosso favor. Ele indica três situações a que as pessoas cristãs devem ser tolerantes em relação aos bens temporais: Que permitam que eles lhes sejam tirados, que emprestem e deem de boa vontade o que tem. Neste ponto as pessoas ouvintes de Jesus Cristo, autoridades do povo, também não ensinavam nada além do que continha o direito secular, com suas diferentes leis, preceitos, ordenanças, que, no geral, da perspectiva antropológica, não ordenam ceder os bens a outras pessoas, nem que se permita que nos sejam tirados. Ela ensina, não raro que a gente lide e negocie com eles de tal modo que se obtenha o equivalente com compra, venda, troca… Ora, Cristo nada prega no sentido e ao modo das leis seculares. Pelo contrário, Ele deixa que se lide com os bens e se negocie com eles…, conforme o ensina a razão. No entanto, Cristo mostra as três coisas que uma pessoa cristã, que vive, existe e é um cristo para a gente próxima deve ter em mente, acima de tudo isso: Que permita que lhe tirem seus bens, seja à força ou sob a aparência de direito, e também que dê e empreste de boa vontade. Por isso, uma vez mais é preciso fazer distinção e separação entre direito e leis seculares e o ensinamento de Cristo. Em conformidade com o primeiro, no geral, você pode, perfeitamente, fazer uso de seus bens, negociar com eles, comprar e vender, conforme, inclusive, lemos que fizeram os santos patriarcas. Eles negociaram com dinheiro e bens – Gênesis 23.3-16; 33.18s.; 47.13-23 – e lidaram com eles como outra gente, como não pode ser diferente, quando se quer viver entre o povo, sustentar mulher e prover pelos filhos e pelas filhas… Pois tudo isso é necessário para satisfazer as ‘exigências’ do estômago, e é tão necessário como comer e beber.
Além disso, porém, Cristo, te, me, nos ensina que, apesar disso tudo, que nós estejamos dispostos a permitir, de boa vontade, que se tirem o que é nosso, bem como, a fazer o bem, a dar e, também, a emprestar onde pudermos; e também a sofrer violência, não somente no que diz respeito a nossos bens, mas também, a nosso corpo e nossa vida, conforme já expliquei, no parágrafo, anterior. E, especialmente, que tudo isso seja feito por amor de nosso SENHOR Jesus Cristo, Seu Evangelho, Sua doutrina, Seus benefícios que transcendem o terreno e terrenal, quando nós somos ameaçados/as, injustamente. Aí, neste caso, então, não devemos entregar somente a túnica, mas também, a capa; não somente bens e honra, mas também, corpo e vida. Porquanto neste caso, não há dúvida, ao modo do ensino e pregação de Cristo, e dificilmente pode ocorrer um caso diferente. Pois em outros casos, que dizem respeito a assuntos e ao regime secular, nós temos, caso assim o ajuizarmos correto e justo, leis e autoridades seculares, aos quais nós podemos apelar e recorrer, se nos suceder e for provocada alguma injustiça, violência, abuso de poder. Se, no entanto, não alcançarmos justiça nem proteção, teremos de tolerá-los, com longanimidade, como também as pessoas não cristãs têm e tiveram que sofrê-lo, muitas e repetidas vezes, em diferentes e inenarráveis circunstâncias, ao longo da história.
Infelizes nós se o fundamento da nossa vida e fé se resume e restringe a este mundo mau e injusto. Por outro lado, ai de quem renega e desconsidera o juízo final e o inferno.
