O elástico da bermuda

O leitor que tem filhos sabe que as roupas das crianças precisam ser constantemente ajustadas e também acontece dos elásticos usados prá firmar bermudas infantis recorrentemente acabam se alargando, necessitando a troca.

Pois bem, em todo o mundo, mas especialmente no nosso país, temos visto o alargamento do elástico das questões morais e jurídicas. O problema disso é que acabamos ‘normalizando’ determinadas ações e suas consequências são sentidas por todos, mas não há como trocar o elástico de um país inteiro.

Quando tratamos bandidos como vítimas da sociedade, estamos alargando o elástico. Quando facilitamos o acesso do ‘pobre bandido’ a uma audiência de custódia, onde ele é ouvido prá saber se foi tratado bem pelo policial, independente do crime que cometeu, estamos alargando o elástico.

Quando vemos que uma corte superior anula um processo recheado de provas e delações premiadas, visando beneficiar um bandido condenado, estamos alargando o elástico. Quando aceitamos que a censura seletiva seja implementada em redes sociais e canais de comunicação, impedindo as pessoas de livre manifestação, estamos alargando o elástico.

Quando vemos a mídia sedenta por dinheiro público normalizar atos criminosos de políticos sabidamente corruptos e passar a mão na cabeça dos mesmos, estamos alargando o elástico. Quando vemos a criminalização de manifestações legítimas contra abusos do poder judiciário, estamos alargando o elástico.

Enfim, tudo isso é parte de um conceito representado neste texto pelo elástico da bermuda, chamado Janela de Overton, que é um limite de comportamentos aceitáveis que fazem parte de nossa sociedade. O principal intento das agendas progressistas é, além de ganhar poder, mudar os padrões e estender a Janela de Overton a outros patamares. Um exemplo básico é, como já falamos, é vitimizar o bandido em detrimento das reais vítimas. Há pouco tempo, bandido era considerado bandido e hoje já está sendo tratado como ‘vítima da sociedade’. Isso é um deslocamento da Janela de Costumes e é prejudicial à sociedade.

Um exemplo bem simples desta mudança toda foi a implementação da agenda politicamente correta, que começou a cercear formas de exprimir determinadas palavras, expressões ou ações. Isso aos poucos foi sendo apresentado como aceitável tornando o que era normal, abominável.

Grandes tentativas de mudar o que é normal virão e o cidadão precisa ficar atento para não se deixar levar pelas modinhas, que acabam se tornando padrão mais a frente. Não deixe o elástico da bermuda se alargar demais, antes que seja tarde.

 

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Aramis José Gorniski


Entre em contato com Aramis José Gorniski: aramizinho@gmail.com