Talvez pela correria do dia-a-dia, talvez por nos fecharmos em nossas casas, olhando para a TV, celular ou computador, mas independente de qual seja o motivo, precisamos parar de olhar apenas para nosso pequeno mundinho.
É certo afirmar que nem tudo na vida são flores e que diversas vezes sofremos ao enfrentar os nossos problemas pessoais ou profissionais, e, talvez para nos protegermos, ou mesmo para manter a sanidade, nos fechamos e nos contentamos em ver somente o universo que nos cerca, dentro das quatro paredes da nossa sala.
Nos preocupamos com o destino do país, com os problemas mundiais que são divulgados nas redes sociais, brigamos por determinado candidato a isso ou aquilo, vivemos olhando o problema dos outros também. E aí deixamos de olhar para perto.
Olhar para perto é prestar atenção no que ocorre no nosso entorno, onde pequenas e sofridas iniciativas sempre estão acontecendo por força de pessoas notáveis que se dedicam a trabalhar pelos outros.
Seja numa associação de bairro, seja na comunidade da igreja, seja num time de futebol amador ou mesmo em grupos de amigos que se reúnem para praticar a caridade, temos muito o que ver mais perto de nós.
É uma lástima quando nos privamos de ajudar ao próximo e nos deixamos levar pelos nossos preconceitos quanto às vidas dos outros. “Ah! Aquele cara é um bêbado, não merece auxílio!”; “Aquela mulher só tem tantos filhos porque é vagabunda, ela que se vire!”; “Futebol não é escola, eles estão apenas se divertindo!”. Frases como essa passam por nosso consciente e subconsciente diversas vezes ao nos depararmos com situações nas quais não colaboramos, ou mesmo, às quais não damos atenção.
Precisamos sair da nossa concha e olhar mais de perto. Aquele cara que está bêbado, talvez esteja apenas fugindo de sua realidade, pois não consegue um emprego digno para sustentar a sua família e é mais fácil se entregar ao vício. Aquela menina que tem muitos filhos talvez não tenha tido educação suficiente para saber usar métodos contraceptivos e acaba aumentando sua prole ao confiar no cara sedutor que parece um príncipe. Aquela garotada que está jogando futebol não está apenas se divertindo, está sendo condicionada a ter disciplina, dedicação e muito esforço, sonhando alto com uma vaga num time oficial.
É muito fácil diminuir os outros. É até gostoso, visto que nos faz parecer melhores. A grande maioria dos preconceitos e falácias que usamos para não conhecer a vida alheia e colaborar com o próximo são escudos que usamos para não mostrar a nossa própria falência de caráter.
Cara! O conselho da semana é: Abra sua mente e converse com alguém que você notou que está em uma situação difícil. Ao conhecermos os problemas dos outros, até nossos próprios problemas ficam menores e a solidariedade faz muito bem ao coração.
Olhe mais de perto! Você vai ser beneficiado também.