Outros Carnavais

Que o mundo está mudado, ninguém discute, mas ainda é tempo de lembrar bons momentos vividos nesta época em anos passados.

Lembrando a adolescência, voltam à minha memória as intermináveis reuniões que fazíamos com os amigos para criar fantasias de carnaval para se apresentar no Sete ou no Congresso.

Um mês antes do Carnaval já era tempo de se juntar e planejar. Claro que não era só isso, tinha muita alegria e brincadeira também nas reuniões, que só aumentavam a expectativa da festa de Momo.

Qual de nós nunca preparou uma roupa bem extravagante para competir na famosa Noite das Bonecas, nas terças-feiras de Carnaval? Qual de nós não virou a noite no Clube para, pela manhã, finalizar a festa com um belo café da manhã na Zeni?

Lembro dos Clubes decorados, famílias inteiras brincando o Carnaval, ao som das marchinhas e sambas-enredo. Adultos e jovens pulando na maior alegria, dificilmente havia desentendimentos.

Mas vivo na memória estão também as terças-feiras à tarde, onde juntávamos a galera nas ruas da cidade, com baldes e recipientes cheios d´água, para “batizar” os carros que passavam. Não foram nem uma e nem duas as vezes que as pernas tiveram que se mexer prá fugir dos que não gostavam daquela brincadeira. Até hoje tem pessoas que ainda lembram dos banhos sofridos pela brincadeira da galera.

Mas o que vem mais vivo à memória é aquele sentimento de ‘pertencimento’, de ‘fazer parte de alguma coisa’. As sociedades e clubes eram uma forma de identidade para a juventude e fazer parte da sociedade era muito importante.

Passados alguns anos, sabemos que nunca um dia será como o outro, mas a impressão que temos é que não existem mais grupos de jovens que se identificam em grupo, ou melhor, grupos com objetivo definido que não seja apenas para beber e festar.

As coisas mudam, mas o sentimento de bem viver fica. Uma pena que a geração atual não pode compartilhar daquela nossa alegria. Quiçá eles, num futuro próximo, também lembrarão de momentos vividos e pensarão no que poderiam ter feito melhor para eles e seus filhos.

Este texto traz apenas reminiscências de um cara de meia idade, nada mais.

 

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Aramis José Gorniski


Entre em contato com Aramis José Gorniski: aramizinho@gmail.com