Qual a melhor vacina? O respeito!

Na última sexta-feira, dia 2, tive a grata satisfação de receber a primeira dose da vacina contra o Covid. Chegando lá, como me pareceu que já é praxe, a enfermeira fez questão de me mostrar que o frasco era realmente de vacina contra o Coronavírus, além do mais, quando ela me disse, sem eu perguntar a marca, que a vacina que estava disponível era a Oxford, ou Astra-Zeneca, como preferir. Quando efetuada a aplicação da vacina a outra enfermeira fez questão de me mostrar que a seringa estava vazia.

Vacina tomada, feliz da vida eu saí do posto de saúde e me dirigi ao meu veículo a pensar. A desconfiança dos cidadãos acerca da vacina é tanta que as enfermeiras já estão mostrando a marca e a seringa sem o vacinado perguntar. Prá mim isso pareceu um desrespeito do povo para com os profissionais de saúde. Explico: Não há vantagem alguma em eles deixarem de aplicar o produto correto, visto que, se isso ocorresse, haveria continuidade da pandemia, o que significaria mais trabalho e muito mais risco para eles próprios.

Quando a enfermeira me disse que era vacina Astra-Zeneca, me deu a impressão de que ela esperava que eu recusasse, como se existisse um cardápio a ser escolhido. Eu respondi bem humorado que até água de vina servia, se me protegesse contra a doença, ao que elas riram.

Outro ponto que me deixou a pensar, foi a exibição da seringa vazia. Me passou a impressão de que existem muitos cidadãos a duvidar do belo e sério trabalho das equipes.

No fundo de todo esse relato, acabei me entristecendo por eles. Afinal, agora que a coisa está em pleno andamento, com o calendário de vacinas inclusive adiantado na grande maioria dos municípios e os números da doença se mostrando favoráveis, com reduções nas mortes, novas contaminações e internamentos.

Esse trabalho que os profissionais da linha de frente exercem, sejam eles nos hospitais destinados ao covid, seja nas unidades de vacinação, merece o nosso respeito e a nossa solidariedade. Não é porque vimos no facebook um ou outro caso de “não-aplicação” da vacina, que devemos duvidar da honra e honestidade destes que aqui trabalham.

Em cidades maiores, onde ninguém se conhece e poucos se preocupam com a vida dos vizinhos pode até ser uma atitude plausível, mas em momento algum é aceitável essa desconfiança em uma cidade como a Lapa ou Contenda.

São eles que estão expostos ao maior risco de contaminação, mesmo já tendo recebido suas doses preventivas. São eles que estão dispostos a atender a todos nós com a presteza de sempre. São eles que sofrem pelas perdas em suas mãos, no caso de um tratamento não surtir efeito.

Enquanto isso, pessoas supostamente esclarecidas lançam suspeitas sobre todo o trabalho da saúde, mas não procuram ao menos saber deles um pouco do seu corrido cotidiano. Qualquer profissional da linha de frente teve muito mais restrições que todos nós, cidadãos de outras áreas. Ficaram dias a fio longe de suas famílias, afim de proteger do possível contágio. Precisam praticamente se despir ao entrar em casa para tomar um banho, para garantir a saúde da sua família. Todos esses riscos que eles estão correndo, estão aceitando por você, que desacredita este trabalho.

Talvez a evolução da humanidade não tenha trazido com ela um dos maiores quesitos necessários para a civilização: O Respeito.

Parabéns a todos os nossos profissionais de saúde da Lapa e Contenda, em especial, por sua simpatia, sorriso e acolhida carinhosa. Vocês mereciam muito mais da população e aqui trago a opinião deste jornal e de diversos leitores conscientes. Continuem firmes e não deixem pessoas ingratas acabarem com seu dia. Vocês são a engrenagem mais importante para solucionar este momento de tristeza e desinformação.

Fiquem com Deus e mantenham a fé. Vocês são especiais.

 

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Aramis José Gorniski


Entre em contato com Aramis José Gorniski: aramizinho@gmail.com