Quando o gato sai… …os ratos tomam conta.

Essa frase era ouvida, e muito, na minha infância. Principalmente quando a gente aprontava na ausência dos pais. A Dona Suzana olhava a bagunça, querendo rir, mas fazia cara brava e afirmava que quando o gato sai, os ratos tomam conta.

Bons tempos em que as travessuras que fazíamos só serviam para nos dar castigo e uma boa sova. As “artes” eram inocentes e só serviam para testarmos o mundo, principalmente nossos pais.

Esta frase me faz pensar naquela outra afirmação famosa que diz, “o que me assusta não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”. As duas citações tem sentidos diferentes, mas são paralelas em afirmar que precisamos de gente à frente, liderando. Precisamos de gatos para tomar conta dos ratos. Precisamos que os bons saiam às ruas para abafar o grito dos maus.

Trago estas frases pra, novamente, reclamar da qualidade de pessoas que estão disputando as eleições municipais, principal e unicamente ao cargo de vereador.

São tantas as pessoas, mas tão sem conteúdo, que me faz pensar se não temos coisa melhor a fazer do que votar. O descrédito político cada vez piora quando vemos que a maioria dos pretensos futuros vereadores são praticamente analfabetos políticos, além de não terem noção alguma sobre o que podem vir a fazer na câmara.

A dificuldade em explicar para um candidato que ele não terá o poder que imagina é imensa. Alguns tem a certeza de que estão concorrendo para um cargo de semideus e que, estando lá dentro, poderão empregar a família toda, além de ensinar a todo mundo que já passou pela administração da cidade como fazer as coisas de verdade.

Esse lamento de um jornalista é prova de que meu trabalho não foi bem feito. Se, através do nosso jornal, tivéssemos conseguido fazer com que mais pessoas boas se interessassem em política, poderíamos ter alguma esperança nas próximas gestões legislativas. Mas falhamos. Não conseguimos fazer com que pessoas conscientes e capacitadas viessem enfrentar o mal maior: O escrutínio do povo.

No final das contas não adianta se lamentar. Cada um fez a sua parte, mas a real política é muito mais suja e rasteira do que imagina a vã filosofia. Compra de cabos eleitorais, distribuição de vantagens, uso de influência para ganhar votos e a mesma quantidade imensa de mentira, tudo isso é parte da receita para o caldo grosso da política atual.

Enfim, o povo realmente tem o governo que merece.

 

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Aramis José Gorniski


Entre em contato com Aramis José Gorniski: aramizinho@gmail.com