Jesus Cristo pregou: “Ouvistes que foi dito: “Olho por olho, dente por dente”. Eu, porém, vos digo que não deveis resistir ao mal. Se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a esquerda. E se alguém quer contender contigo e tirar-te a túnica, dá-lhe também a capa. E se alguém te obrigar a andar com ele uma milha, vai com ele duas. Dá a quem te pede e não voltes as costas ao que te pede algo emprestado” (Mateus 5.39-42).
É preciso, em Igreja e Sociedade, cuidar para que não se dê espaço, vez, voz, poder, autoridade a ‘patifes malandros’, que querem se aproveitar da doutrina, pregação, ensino e confissão de Cristo, pretextando, aletofóbicos, que, afinal, as pessoas cristãs estão aí para sofrer tudo quanto é desconhecido e conhecido em termos de diabruras, por isso se pode, de sã consciência, pôr a mão em seus bens, levá-los, roubá-los, se apropriar deles sob aparência de direito e de justiça. E, que enquanto isso, uma pessoa cristã deveria ficar sentada e patentear a todo patife atrevido, petulante, ególatra todos os seus bens, e estaria obrigado a lhe dar e emprestar o quanto quisesse, e nunca pedir devolução, etc., como argumentou, no passado, o miserável apóstata, o imperador romano Juliano, zombeteiramente com este texto, tirando, assim, das pessoas cristãs tudo que ele queria, pretextando agir conforme a ‘própria leis delas’. É. interpretação ruim já foi usada para justificar satanidades sem conta!
As pessoas cristãs, com efeito, aos longos dos anos, como se verificou e de fato é verdade, devem estar dispostas a sofrer qualquer coisa, mas, se nós tivermos que comparecer perante as autoridades seculares, verão que você pode, sim, se defender, de forma legítima e com boa consciência. A pessoa cristã, em verdade, deve estar disposta a sofrer tudo o que lhe acontecer a partir de você ou de qualquer pessoa, mas ela não tem a obrigação de tolerar as extravagâncias e de lhe dar livre curso, se ela o pode impedir recorrendo à lei ou buscando ajuda da autoridade constituída. E, ainda que a autoridade não lhe queira proteger, amparar, socorrer ou, se ela própria age com violência, arbitrariedade, abuso de poder, não deverá silenciar como se tivesse que aprová-lo – se bem que isto já aconteceu diversas vezes ao longo da história, quando e toda vez em que pessoa, grupos, povo, etnia se portaram como se fossem deus. Mas, pergunto, onde estão hoje, não obstante, a sua belialidade, em palavras, gestos, ações, decisões, omissões? Ruína e história de injustiça lhe caracterizam. ‘Marca escarlate’ de sangue que continua clamando, da terra ao céu, por justiça diante de Deus!
Embora nós devamos, como pessoas cristãs, emprestar e dar a quem nos pede, nós, em verdade, não estamos obrigados a dar, se sabemos que se trata de pessoa velhaca. Porquanto Cristo não nos ordena a dar a todo patife o que nos pertence, e a tirá-lo dos nossos e de outra gente que deles precisam, às quais temos, de bom grado, o dever de ajudar de qualquer modo, para, depois, passar penúria e tornar-nos um peso para as outras pessoas. Pois Cristo não diz que nós devemos dar e emprestar a todo o mundo, e, sim, a quem pede, a quem tem, de fato, necessidade, etc., e não ao que no-lo quer arrancar ardilosamente, aos que têm o suficiente ou aos que querem viver às custas das outras pessoas sem trabalhar, podendo e tendo condição para tal. Por isso mesmo é preciso cuidar e verificar que tipo de gente temos na cidade e no campo, quais pessoas são pobres e carentes e quais não o são, e não aceitar qualquer ser de má-fé e vagabundo/a, que não tem necessidade e que bem poderia sustentar a si mesmo/a, contanto, que o queira, já que ninguém deveria viver às custas de ninguém. Em suma: a pessoa cristã é ordeira, trabalhadora, honesta, importante, justa, imprescindível, ética, moral, em Igreja e Sociedade, porque não vive perambulando por aí atoa com gente atoa.
