República do Brasil: um projeto que não deu certo!

Nas últimas semanas temos visto um grande número de eventos noticiados na grande mídia, que se analisados profundamente, nos levam a uma conclusão triste: o Governo é o problema, e não a solução. A bomba da semana é a greve dos caminhoneiros (a qual apoiamos, aliás).

Segunda feira, João Amoedo, um liberal convicto, deu entrevista no Roda Viva, e as perguntas feitas ao mesmo mostraram que a necessidade dos brasileiros (teoricamente representados pelos jornalistas) de terem um “patrono” resolvedor de problemas é enorme – e isso é normalmente refletido como um Estado paizão ou ainda um caudilho que fale grosso. Em tempo, Amoedo safou-se bem nas respostas, mostrando uma coerência que nem sempre é entendida pelo público em geral. E no meio disso tudo, vemos uma enorme “babação” sobre o casamente ocorrido na realeza inglesa.

O que essas coisas tem a ver umas com as outras? Oras, tivemos o primeiro golpe de Estado no Brasil quando da proclamação da República, que encerrou quase um século de monarquia com estabilidade política, desenvolvimento nacional e reconhecimento internacional. Dai começamos outro século de república, marcada por caudilhismos, políticas públicas esquizofrênicas, economia sobe e desce, e claro, muita vergonha internacional, que está culminando com a atual situação deteriorada de nosso País.

Pessoalmente, creio que se quisermos manter o regime republicano, a única solução é aproximar o governo da população, e isso só pode ser feito com a secessão, ou seja, a divisão do Brasil em vários países independentes menores. Mas e para salvar a unidade nacional? Voltar à Monarquia.

Sim. Apesar de várias pessoas acharem que isso é uma coisa retrógrada, nosso povo não é republicano. Sempre acreditamos que surgirá um salvador da pátria que irá por o país nos eixos. Só no meu tempo de vida já presenciei essa ovação ao Collor, Lula, Fernando Henrique (ok, em menor quantidade), e agora Bolsonaro. Mas nossa história é repleta deles. E o povo gosta.

Outro fator que me leva a crer no caráter monárquico do brasileiro é a idolatria que tivemos em torno do casamento real. Oras… e se tivéssemos a mesma exposição à Família Real Brasileira? Sim, ela existe e ainda prepara seus príncipes para serem governantes.

Atraso? Bem, vários países de primeiro mundo são monarquias. Canadá, Austrália, Bélgica, Dinamarca, Noruega, Nova Zelândia, Japão, Suécia, e alguns outros. Aliás, Espanha também, e com uma curiosidade: ela já foi república, e preferiu retornar à monarquia.

Existem vários argumentos a favor da monarquia, e vou citar apenas alguns. O primeiro é que no Brasil ela funcionava como um quarto poder, considerado moderador. E Dom Pedro II usou da prerrogativa várias vezes quando os deputados começavam a fazer besteira. Seria muito útil no momento.

Outro fator é o custo. Monarquias custam muito mais barato que repúblicas, justamente por formarem símbolos nacionais que atraem turistas – e com isso, renda. Já foram feitas inclusive várias comparações entre os gastos do Palácio da Alvorada nos últimos governos contra os gastos da realeza britânica. Nós gastamos mais… em alguns casos, até 10 vezes mais.

Finalmente, a questão da estabilidade. Um rei estabelece um projeto de governo, e o primeiro ministro e deputados discutem os meios de atingi-lo. No primeiro reinado a grande questão era estabilidade do Brasil recém criado. No segundo reinado, a criação de instituições nacionais. O terceiro reinado, que seria conduzido pela Princesa Isabel, teria como projeto o desenvolvimento do povo – TODO ele, branco, negro e índio. Mas foi interrompido pela república.

Mas existem chances da monarquia voltar? Vejam bem: nas escolas a monarquia é ensinada como algo atrasado e até satirizada. Durante toda a república, falar em monarquia foi proibido – apenas em 1988 foi permitida a discussão de seu retorno. Boa parte dos símbolos nacionais ligados à monarquia foram alterados – a bandeira, por exemplo: o verde da Família de Bragança virou o verde das matas, e o amarelo da Família Orleans virou nosso ouro. E com tudo isso, existem pesquisas que indicam que pelo menos 20% da população gostaria do retorno à monarquia. Percebem a força desta causa?

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