Tenho preconceito de gente burra Ou Conversando a gente se entende

O que é preconceito? É um conceito prévio que a gente desenvolve ao longo de nossa vida. Uma criança não liga se o colega é negro, branco, amarelo, se ele é pobre, rico ou se come carne de gado. Uma criança vê o que realmente existe dentro da outra e vai brincar. Simples. Direto. Humano. Crianças deveriam dominar o mundo.

Esta semana foi notícia no mundo inteiro a onda de protestos anti-racistas provocados pela morte de um cidadão negro americano pela polícia. Este crime realmente precisa ser punido, e está sendo, mas levanta uma série de questões acerca da resposta de movimentos sobre o tema. Logo após o crime nos Estados Unidos, um movimento de baderna se formou, usando as mesmas formas de violência que o citado policial, agrediram idosos, comerciantes e pessoas desarmadas.

Os protestos chegaram ao Brasil convocados por alguns movimentos legítimos de defesa da população negra. Porém, aí entrou a galera da pancadaria. Se denominam Antifas (Anti-fascistas). Quando esse grupo se apropriou da narrativa, tudo desandou. Queimaram bandeiras, quebraram e depredaram prédios públicos e agrediram pessoas. O que isso faz? Torna ilegítima toda uma luta séria dos movimentos sérios que lutam contra o racismo.

Nosso problema é achar que sabemos mais que os outros, quando na verdade a melhor solução para solucionar tudo é conversar com seu antagonista para chegar a uma conclusão viável, real e prática de se aplicar.

O movimento Negro foi uma das apropriações da esquerda nestes tempos de quadrilha comandando o país. Isso acabou tornando a bandeira do anti-racismo uma arma política de determinados grupos que querem o poder. Essa é uma bela tática de guerra: dividir para conquistar. Quando começamos a falar sobre Nós Contra Eles, estamos iniciando errados.

No fim da história todos nós queremos a mesma coisa, ou seja: Respeito às nossas opiniões, respeito à nossa condição social e, principalmente, respeito às pessoas, sejam elas de que origem, cor, religião ou opinião política.

Deveríamos, além de apoiar os movimentos negros, apoiar um movimento Anti-Burrice. Essa burrice que nos faz jogar pedras no vizinho só porque ele gosta de um presidente ou de outro. Deveriamos ter mais abertura para conversar e, principalmente, escutar e entender o argumento alheio. Não é difícil e quando você se propõe a fazer isso só ganha.

Esta semana conheci e conversei pela primeira vez com o formando em jornalismo, Gabriel Correia, parceiro que vem nos auxiliando com alguns projetos na Tribuna.

Nossas opiniões não são as mesmas, inclusive diferem em muito no âmago das questões, mas o interessante disso foi podermos chegar a algumas conclusões conjuntas, que me levaram a repensar alguns conceitos estabelecidos. Tenho certeza que para ele também aconteceu assim.

Antes de entrar numa discussão ferrenha e gritar Bozo de um lado, ou Petralha do outro, é importante limpar a conversa de ideologias pré-estabelecidas. Minha tendência é conservadora, tendendo à direita, enquanto Gabriel tem uma visão mais à esquerda. O interessante é que, numa conversa civilizada, concordamos com a grande maioria dos assuntos. O que nos cega é o fanatismo de grupos aproveitadores.

Para finalizar, acho que devemos olhar ao nosso redor com olhos menos belicosos e tentar entender o que se passa na mente e na vida das outras pessoas. Analisar uma situação de um ponto privilegiado somente nos faz ver as coisas com base no que nós vivemos e não chegamos a ver, nem entender a realidade REAL do outro.

Enfim, devo ter preconceito com gente burra, porque numa boa conversa com gente civilizada, discutimos qualquer assunto sem brigas. Talvez eu não tenha sido doutrinado da mesma forma que outras pessoas, mas gostei de entender o ponto de vista do outro lado e isso acaba generalizando tudo.

Prá generalizar, posso dizer que toda generalização é burra.

Obrigado ao jornalista Gabriel Correia pela visita e pelo bate-papo.

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Aramis José Gorniski


Entre em contato com Aramis José Gorniski: aramizinho@gmail.com